Resumo:
Este estudo buscou refletir sobre o mercado brasileiro da madeira de eucalipto, considerando o início do desenvolvimento da atividade florestal e suas principais consequências, passando por um diagnóstico da situação atual e finalizando com os sinais positivos de suas expectativas, graças à retomada do crescimento econômico mundial e doméstico. O Brasil, em virtude do rápido crescimento das plantações de eucalipto que lhe confere vantagens competitivas no mercado de produtos florestais, tem exportado cada vez mais e conquistado, no caso da celulose, as primeiras posições no ranking mundial. Os principais reflexos do avanço deste mercado estão sendo observados no aumento dos preços desta madeira e das áreas plantadas pelos produtores rurais, contrapondo as empresas florestais que, desde o fim da política de incentivos fiscais ao reflorestamento, tem encontrado dificuldade em expandir seus povoamentos diante, entre outras coisas, a valorização das terras e as pesadas críticas da sociedade contra o latifúndio e a monocultura de eucalipto. A causa principal do aumento dos preços da madeira se deve ao fato de as indústrias consumidoras de produtos florestais (fábricas de celulose e siderurgias) aumentarem suas produções sem a contrapartida do plantio, além do surgimento de novos produtos e consumidores que passaram a disputar esta madeira. De acordo com esta reflexão, espera-se a continuidade deste inflacionamento, estimulando a entrada de mais produtores na atividade de reflorestamento, assumindo posições de destaque no abastecimento de madeira para as indústrias, aliviando-as da obrigação circunstancial de manter extensos latifúndios com a monocultura do eucalipto e liberando-as para concentrar-se em sua atividade fim, ou seja, a industrialização, contrariando algumas profecias de que, o tão propalado colapso da oferta de madeira (“apagão florestal”) traria um caos para o Brasil florestal. Ao contrário, ele está colaborando para formar um mercado sob competição perfeita, condição ideal para que todos, indústrias, produtores e consumidores, possam tirar vantagens de seus benefícios.