As madeiras tropicais: garapeira (Apuleia leiocarpa), tauari (Couratari stellata), itaúba (Mezilaurus
itauba) e marupá (Simarouba amara) foram selecionadas para examinar o efeito da presença dos extrativos
na variação de cor e no processo de fotodecomposição das suas superfícies. Amostras com e sem extrativos
foram submetidas a ciclos de radiação ultravioleta (350 nm) e água até totalizar 2.000 horas de irradiação e
400 horas de lixiviação. A mudança da cor natural das madeiras foi monitorada por espectrocolorimetria de
reflexão difusa. Amostras de marupá e tauari com teores de extrativos menores que 2% exibiram variação de
cor com o aumento do tempo de tratamento quase iguais às amostras sem extrativos. A resistência anormal
do tauari à alteração de cor não pode ser atribuída aos seus extrativos. Para a garapeira e para a itaúba, a
presença de 11,7 e 7,42% de extrativos respectivamente acelerou a velocidade de variação de cor. A análise
dessas variações de cor indica que os extrativos, nesse caso, agiram acentuando a cor natural da madeira.
Adicionalmente, verificou-se que o tauari foi a madeira mais resistente à variação de cor do grupo estudado,
seguido pela garapeira, marupá e itaúba todas com extrativos.
The tropical woods Apuleia leiocarpa, Couratari stellata, Mezilaurus itauba and Simarouba amara
were selected to examine the effect of the presence of the extractives in the color variation and in the
photodecomposition process of their surfaces. Samples with and without extractives were submitted to cycles
of ultraviolet radiation (350 nm) and immersion in water until totalizing 2,000 hours of irradiation and 400
hours of water leaching. Changings in the natural wood colors were monitored by diffuse reflectance
spectroscopy. Samples of Simarouba amara and Couratari stellata with extractives content of 2% or less
showed color variation with time of treatment almost similar to the samples without extractives. The
abnormal resistance of Couratari stellata to color changing can not be attributed to extractives. For the
Apuleia leiocarpa and Mezilaurus itauba woods, the presence of 11,7% and 7,42% of extractives
compounds, respectively, accelerated the color variation rate. Analysis of the color variation indicated that
the extractives, in this case, acted by intensifying the natural wood color. Additionally, it was verified that
Couratari stellata was the more resistant wood to color variation in this studied group of woods, followed by
Apuleia leiocarpa, Simarouba amara and Mezilaurus itauba, all with extractives.
Keywords: color; CIE-L*a*b* system; photodegradation; tropical woods.