A recuperação de áreas de obras das barragens, em especial de “áreas de empréstimos”, é difícil e consiste
em um processo lento, visto que toda a vegetação e a camada fértil do solo foram removidas. Intervenções
nessas áreas poderiam acelerar o processo de revegetação. O presente trabalho teve como objetivo avaliar
a associação de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) em espécies arbóreas, atividade microbiana
pela respiração basal e fertilidade em áreas degradadas de cerrado. Utilizou-se solo de duas áreas, solo de
pastagem e subsolo exposto. Adubações orgânica e mineral, além da calagem, foram efetuadas nas covas,
visando a um melhor crescimento inicial das mudas, assim como, 50 mL de solo de cerrado preservado como
inoculante de microrganismos. Mudas de 11 espécies arbóreas foram plantadas ou seja: Anadenanthera
falcata (Benth.) Speg. (angico-preto), Acacia polyphylla D.C. (monjoleiro), Stryphnodendron adstringens
(Mart.) Coville (barbatimão), Dimorphandra mollis Benth (faveiro), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex
Hayne (jatobá-de-cerrado), Dipteryx alata Vog. (baru), Machaerium acutifolium Vogel (jacarandá-do-
campo), Schinus terebinthifolia Raddi (aroeira-pimenteira), Magonia pubescens St. Hil. (tingui), Lafoensia
pacari St. Hil. (dedaleira) e Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook. (ipê-amarelo). Doze meses após a
instalação do experimento, amostras de raízes foram coletadas na camada de 0-0,10 m para as avaliações.
O subsolo, em relação ao solo de pastagem, continuou pobre em matéria orgânica e com menor atividade
microbiana. As maiores porcentagens de colonização micorrízica por FMA foram observados nas espécies
Acacia polyphylla D.C. (monjoleiro), Magonia pubescens St. Hil. (tingui), Hymenaea stigonocarpa Mart.
ex Hayne (jatobá-de-cerrado) e Schinus terebinthifolia Raddi (aroeira-pimenteira). Tais espécies podem ser
indicadas para projetos de revegetação em áreas degradadas de cerrado. As plantas das duas áreas exibiam
altas porcentagens de colonização micorrízica e o solo ou subsolo baixo número de esporos de fungos
micorrízicos arbusculares.
The recuperation of areas used during the construction of the hydroelectric plant, especially in ‘borrowed
areas’, is a difficult and long process since all vegetation and the fertile layer of soil were removed. Interventions
in these degraded areas could accelerate the revegetation process. The objective of this research was to
evaluate the association of arbuscular mycorrhizal fungi (AMF) in tree species, microbial activity (basal
respiration) and fertility of ‘cerrado’ degraded areas. Soil from two areas, pasture soil and exposed subsoil,
were utilized. Organic and mineral fertilization, and liming, were added to the pit for better seedlings’ initial
growth, where 50 mL of preserved cerrado soil was applied as inoculum of microorganisms. Seedlings of
11 tree species were planted: Anadenanthera falcata (Benth.) Speg (‘angico-preto’), Acacia polyphylla
D.C. (‘monjoleiro’), Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (‘barbatimão’), Dimorphandra mollis
Benth (‘faveiro’), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (‘jatobá-de-cerrado’), Dipteryx alata Vog.
(’baru’), Machaerium acutifolium Vogel (‘jacarandá-do-campo’), Schinus terebinthifolia Raddi (‘aroeira-
pimenteira’), Magonia pubescens St. Hil. (‘tingui’), Lafoensia pacari St. Hil. (‘dedaleira’) and Tabebuia
aurea (Manso) Benth. & Hook (‘ipê-amarelo’). Twelve months later, root samples were colleted at the
depth of 0-0.10 m and used for evaluations. The subsoil, as compared to pasture soil, was poor in organic
matter and presented less microbial activity. The highest mycorrhizal colonization was seen in the species
Acacia polyphylla D.C. (monjoleiro), Magonia pubescens St. Hil. (tingui), Hymenaea stigonocarpa Mart.
ex Hayne (jatobá-de-cerrado) and Schinus terebinthifolia Raddi (aroeira-pimenteira). These species could
be indicated in revegetation projects in ‘cerrado’ degraded areas. Plants from both areas showed seedlings
form high mycorrhizal colonization and low numbers of spores.