As espécies de Pinus apresentam alto nível de resistência aos incêndios florestais, razão por que
são consideradas, por alguns, plantas pirófitas ativas. Daí se perguntar: o comportamento das sementes dessas
espécies evoluiu exclusivamente em relação às perturbações produzidas pelo fogo, ou por outras causas que
tenham influenciado esse processo, e, ainda, essas espécies desenvolveram respostas adaptativas similares?
Para responder a essas perguntas, submeteram-se sementes de três espécies de Pinus a várias temperaturas
e tempo de exposição, para simular resposta aos diferentes regimes de calor, avaliando efeitos provocados
na germinação das sementes pelas elevadas temperaturas e o efeito das cinzas, tido como elemento mais notável
do micro-ambiente em que se desenvolverão, posteriormente, os propágulos. O material vegetal empregado
foi adquirido do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) em Piracicaba, SP. Para avaliar a resposta
das sementes ao efeito das temperaturas, usou-se um delineamento estatístico inteiramente casualizado com
arranjo fatorial. Na ausência de tratamentos térmicos, as sementes apresentaram altas taxas de germinação
e forte redução a partir de temperaturas iguais ou superiores a 70 °C, indicando que, realmente, não são plantas
pirófitas ativas. Os valores da germinação obtidos com os tratamentos de temperatura igual a 50 °C diferiram
estatisticamente dos da testemunha, e, quando os valores da temperatura foram iguais ou superiores a
110 °C, observou-se importante redução da germinação em todos os tratamentos. A avaliação simultânea do
calor e das cinzas evidenciou que existe interação entre os fatores, com inibição total da germinação em alguns
tratamentos.
The Pinus species present a high level of resistance to forest fires, being considered as active
pyrofit plants. For this reason a question is raised: Did the seed behavior of these species develop exclusively
due to fire disturbances or by other causes that have influenced this process?, Still, did these species develop
similar adaptable answers? To answer these questions, seeds of three species of Pinus species were exposed
to different thermal intensities and time of exposition, in order to simulate responses to the different fire
regimes, evaluating the effects of high temperatures on the seeds, as well as the effect of ashes, as the most
notable element of the micro-environment in which the plants should grow later. The used plant material
was acquired from IPEF (Researches and Forest Studies Institute) - Piracicaba, SP. To evaluate seed responses
to the temperatures, an entirely randomized statistical design with factorial arrangement was used. In the
absence of thermal treatments, the seeds presented high germination rates and strong reduction in temperatures equal or superior to 70 °C, suggesting that they are not really active pyrofit plants. The germination values
obtained with temperature equal to 50 °C differed statistically from the control, and when the temperature
values were equal or superior to 110 °C, an important germination reduction occurred in all treatments.
The simultaneous evaluation for heat and ashes showed the existence of an interaction between the factors,
with total inhibition of germination in some treatments.