O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da extração da madeira de seis espécies,
quatro nativas (candeia, cedro, cerejeira e jacarandá-caviúna) e duas exóticas (E. citriodora e E. gumifera),
em diferentes solventes, na resistência ao apodrecimento causado pelo fungo da podridão-parda Gloeophyllum
trabeum. O material foi ensaiado na forma de serragem, em face da maior facilidade para os procedimentos
de extração. Dentre os resultados, pode-se destacar a baixa perda de massa ocorrida na madeira de cedro (Cedrela
fissilis), evidenciando sua elevada resistência natural ao fungo testado e, ainda, à incapacidade dos solventes
utilizados na retirada de compostos que conferem resistência ao apodrecimento. As madeiras de candeia (Vanillosmopsis
erythropappa), cerejeira (Amburana cearensis), jacarandá-caviúna (Machaerium scleroxylon) e de eucaliptos
(Corymbia citriodora e Eucalyptus gummifera) também apresentaram elevada resistência natural, em função
da baixa perda de massa ocorrida, quando expostas ao fungo G. trabeum. Essas madeiras, quando totalmente
extraídas, apresentaram elevados valores de perda de massa. No que diz respeito ao material extraído por
diferentes solventes de forma isolada, observou-se, na candeia, que o solvente mais eficiente na retirada de
substâncias que conferem resistência ao apodrecimento foi o diclorometano. Com relação ao cedro, o mais
eficiente foi o metanol. Na cerejeira, por meio da mistura de etanol/tolueno retiraram-se mais substâncias,
ao passo que no jacarandá-caviúna foi o metanol. Nas madeiras de eucaliptos, o metanol foi mais eficiente
na retirada de componentes tóxicos ao fungo utilizado neste estudo, devendo destacar ainda, no E. gummifera,
a eficiência da água quente na retirada de tais compostos. No C. citriodora, os valores de perda de massa,
em razão das extrações em água fria, em água quente, em diclorometano e ao natural (não-extraída), foram
muito baixos.
In this work, the wood of six indigenous and two exotic species, previously extracted with different
solvents, was exposed to the fungus Gloeophyllum trabeum, with the objective of determining which solvent
was most efficient in removing the substances responsible for their resistance to decay. The samples were
reduced to sawdust and extracted with cold and hot water, with a mixture of ethanol/toluene, dichloromethane,
and methanol, and also totally extracted with hot water with ethanol-toluene and ethanol. After extraction,
the samples were inoculated with the fungus, inside a plastic container. The results showed the remarkable resistance of Cedrela fissilis wood, even after total extraction, as evidenced by its low mass loss; the solvents
were unable to remove the substance or substances that confer that durability. Non-extracted Amburana cearensis,
Vanillosmopsis erythropappa, Machaerium scleroxylon and eucalypts (Corymbia citriodora and Eucalyptus
gummifera) showed their typical resistance; when totally extracted, however, their mass loss was very high.
As regarding individual solvents, in V. erythropappa and eucalypts, dichloromethane was the most efficient
in removing the substance responsible for resistance. C. citriodora wood showed a low mass loss when it
was extracted with cold and hot water, dichloromethane and natural (not extracted). Wood of A. cearensis
extracted with the mixture ethanol/toluene had the most severe weight loss, while in M. scleroxylon the most
efficient solvent was methanol.