Resumo:
Os cipós que interconectam as copas das árvores da floresta tropical aumentam os danos causados às árvores vizinhas quando uma árvore é derrubada durante a exploração seletiva de madeira. Isto resulta em maiores clareiras e, possivelmente, prejudica as explorações futuras. Para evitar este problema, o corte de cipós antes da exploração tem sido recomendado como uma das técnicas de manejo florestal. Entretanto, existe pouca informação sobre os impactos econômicos e ecológicos do corte de cipós no manejo da floresta tropical. Neste trabalho, estudamos o manejo de cipós em 210 hectares de floresta. Inicialmente, determinamos a composição, a densidade e a capacidade de rebrotar das diferentes espécies de cipós após o seu corte. Em seguida, determinamos o grau de encadeamento dos cipós nas copas das árvores e a quantidade de danos associados à queda das árvores interligadas por cipós. Finalmente, calculamos os custos do corte de cipós como técnica de manejo florestal. A densidade de cipós foi diferente entre as fases da floresta, sendo três vezes maior na fase baixa (floresta jovem) que na fase alta (floresta madura). Encontramos 63 espécies de cipós em dois transectos de 2 m x 1.400 m. O grau de rebrotação entre as espécies mais comuns foi significativamente diferente após o corte. Em geral, os cipós interligavam cada árvore com a copa de três a nove outras árvores vizinhas. As árvores derrubadas que possuíam muitas ligações de cipós provocaram a abertura de clareiras duas vezes maior que aquelas criadas pela queda de árvores sem cipós. Embora o corte de cipós antes da extração das árvores possa reduzir os danos da exploração, esta técnica de manejo custa, em média, aproximadamente US$ 16 por hectare. Ou seja, o equivalente a 8% do lucro de uma exploração tradicional na região. Entretanto, a redução no custo do corte de cipós poderia vir com o desenvolvimento de formas específicas de corte para cada espécie de cipó, uma vez que o total de cortes seria menor. Neste caso, apenas as espécies de cipós agressivas que provavelmente causariam problemas silviculturais sofreriam o corte.
Descrição:
O conteúdo é apresentado em: Introdução: Área de estudo; Metodologia: Abundância, composição e brotação das espécies de cipós / Conexão de cipós e danos associados à sua presença durante a derrubada as árvores / A viabilidade econômica do corte de cipós como uma técnica de manejo florestal; Resultados e discussão: Abundância, composição e brotação das espécies de cipós / Conexão de cipós e danos associados à sua presença durante a derrubada das árvores / A viabilidade econômica do corte de cipós como uma técnica de manejo florestal; Conclusão; Agradecimentos; Referências bibliográficas; Apêndice.