O conhecimento da estrutura de continuidade espacial das características dendrométricas pode propiciar um eficiente controle de variação sobre as variáveis que se deseja estimar nos inventários sucessivos. Esse controle pode ser efetivado pelo uso de estratificadores baseados em mapas resultantes da krigagem estatística. Entretanto, o uso da krigagem carece de informações sobre a questão da continuidade espacial das variáveis descritoras dos povoamentos de Eucalyptus sp., assim como o comportamento dessas características no tempo. Este estudo teve como objetivo avaliar a estrutura de continuidade espacial de três características dendrométricas de 23 povoamentos clonais de Eucalyptus sp. em três medições sucessivas, localizados em regiões distintas do Estado de São Paulo. Para cada povoamento, variável e medição, ajustaram-se semivariogramas experimentais pelo método dos Quadrados Mínimos Ponderados. Através do grau de dependência espacial obtido pelos semivariogramas experimentais, avaliou-se o comportamento da continuidade espacial das variáveis. Mais de 70% dos povoamentoss analisados apresentaram de média a forte dependência espacial para volume e 80% para as variáveis área basal e altura dominante. O alcance das variáveis apresentou variações de 300 a 3.000 m, dependendo do povoamento e da idade de medição. O porcentual de povoamentos com forte dependência espacial decresce com a idade, tendendo ao patamar de média dependência espacial, em todas as variáveis analisadas. O grau de dependência espacial ao longo de sucessivas medições variou de povoamento para povoamento e de medições para medições, podendo diminuir ou aumentar com o tempo, indicando que em cada povoamento e medição seja feita uma análise específica da continuidade espacial da variável de interesse.
The knowledge on the structure of spatial continuity of dendrometric characteristics can provide an efficient control of variation in the variables to be estimated in successive inventories. This control can be achieved by using of stratifiers based on maps from statistical kriging. However, kriging lacks information on the spatial continuity of descriptor variables for Eucalyptus sp. stands, as well as the behavior of this characteristic over time. This study evaluated the structure of spatial continuity for three dendrometric characteristics of 23 clonal stands of Eucalyptus sp. in 3 successive measurements, located in different areas of SP state. For each stand, variable and measurement, experimental semivariograms were adjusted by the weighted least squares method. Through the degree of spatial dependence obtained by the experimental semivariograms, the behavior of the spatial continuity of variables was evaluated. More than 70% of the analyzed stands showed average to strong spatial dependence for volume and 80% for the variables basal area and dominant height. The range of the variables showed variations from 300 to 3.000 m, depending on the stand and age of measurement. The percentage of stands with strong spatial dependence decreases with age, tending to a sill of average spatial dependence, for all the analyzed variables. The degree of spatial dependence along successive measurements varies from stand to stand and from measurement to measurement, being likely to decrease or increase with time, suggesting a specific analysis of spatial dependence for the variable of interest for each stand and measurement.