Resumo:
Dentre as doenças que ocorrem na eucaliptocultura destaca-se, quanto aos prejuízos causados, a murcha-de-ceratocystis, causada pelo fungo Ceratocystis fimbriata. A melhor forma de controle da doença é o plantio de materiais resistentes. A variabilidade genética para resistência dentro do gênero Eucalyptus é considerada boa, sendo eficaz a seleção de genótipos resistentes. Entretanto, recentes estudos têm revelado uma alta variabilidade patogênica entre isolados de C. fimbriata. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a diversidade genética entre isolados do patógeno em áreas de plantio de Eucalyptus spp. no extremo sul da Bahia. Foram coletadas amostras de madeira em seis municípios que abrangem diferentes plantios de seis clones híbridos de Eucalyptus grandis x E. urophylla. Tecidos do lenho de árvores com sintomas de murcha foram enviados ao Laboratório de Patologia Florestal (UFV) para o isolamento, pelo método iscas de cenoura. Foram obtidos 36 isolados a partir da análise de 84 amostras. Cinco dos seis clones amostrados apresentaram a doença, sendo que apenas um dos clones foi responsável por 75% dos isolados obtidos. A partir dos isolados foram obtidas 24 culturas monoascospóricas e destas extraiu-se o DNA, que foi amplificado pela reação em cadeia da polimerase (PCR) utilizando primers RAPD. Para a caracterização da diversidade genética intrapopulacional foi utilizado o programa PopGene, versão 1.31, e para as análises de similaridade genética o programa Genes. Foram analisados 57 locos RAPD sendo 28 polimórficos. A diversidade média de Nei (He) para a população foi de 0,15 e o índice de Shannon (I) igual a 0,23. Em relação à similaridade genética, a maior proximidade foi de 1,00 e a menor foi de 0,67. De acordo com os resultados obtidos verifica-se que houve baixa diversidade entre os isolados, indicando que podem pertencer a uma mesma população.