Resumo:
As cadeias produtivas do setor florestal geram significativa quantidade de resíduos, que embora muitas vezes sejam aproveitados para alguns fins específicos, podem se constituir em problemas de gestão ambiental para as empresas. Entre os tipos de madeiras usadas pela indústria de base florestal estão as de Pinus e Eucalyptus. Uma alternativa para o aproveitamento desses resíduos é a sua utilização em compósitos, por exemplo, o plástico-madeira. O presente trabalho teve como principal objetivo a confecção de compósito plástico-madeira, utilizando como matérias primas madeiras de Pinus caribaea var. hondurensis, Eucalyptus sp. e o plástico do tipo polietileno de alta densidade (PEAD), aderidos com o adesivo uréia- formaldeído, avaliando as propriedades físicas e mecânicas das chapas produzidas. O experimento foi instalado no Laboratório de Painéis e Energia da Madeira (LAPEM), do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa. O experimento foi instalado seguindo um delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial, com duas proporções de plásticos (25% e 40% PEAD), adicionados a duas espécies (Pinus e Eucalyptus) com três repetições, utilizando como adesivo a uréia-formaldeído, foram confeccionadas três chapas testemunhas (0% PEAD) por espécie, totalizando 18 chapas. Dessas chapas foram retirados corpos-de-prova, os quais foram climatizados e ensaiados segundo a norma brasileira NBR 14810 e a norma americana ASTM-D 1037 (1991) para a realização dos ensaios físicos e mecânicos. As amostras foram submetidas ao acondicionamento em câmara climática em temperatura de 20±3°C e 65±5 % UR, até peso constante. Os ensaios mecânicos realizados foram flexão estática (módulo de ruptura e módulo de elasticidade), dureza Janka, compressão longitudinal, tração perpendicular e arrancamento de parafuso. Os ensaios físicos foram densidade, teor de umidade, inchamento em espessura e absorção de água, após 2 horas de imersão. Para a comparação entre as médias dos tratamentos foi feita a análise de variância e constatando diferença significativa, entre as médias dos tratamentos, foram realizados os testes de Tukey e Dunnet a 5% de significância. Os resultados foram comparados utilizando-se a norma ANSI/A – 208.1(93). Para a densidade foram observados valores que variaram entre 0,70 g/cm³ a 0,73 g/cm³, caracterizando as chapas produzidas como de média densidade, sendo as com adição de 40% de PEAD as quais apresentaram as maiores médias. Em relação ao teor de umidade, absorção de água e inchamento em espessura, após 2 horas de imersão, as chapas produzidas com 40% de PEAD, apresentaram os menores valores para as duas espécies, indicando uma maior estabilidade dimensional. Para as propriedades mecânicas, as chapas de Pinus caribaea apresentaram valores superiores para dureza Janka, arracamento de parafuso, compressão longitudinal, módulo de ruptura e módulo de elasticidade na flexão estática. No geral, as chapas confeccionadas com proporção de 25% de PEAD, apresentaram os melhores valores de resistência para as propriedades mecânicas, exceto para a resistência ao módulo de elasticidade na flexão estática, no qual as testemunhas apresentaram valores superiores.