Resumo:
A presente pesquisa analisa os limites e as oportunidades do seqüestro florestal do carbono para o Brasil, enquanto mecanismo de desenvolvimento limpo do Protocolo de Kyoto. Procurou-se contextualizar o instrumento, no nível internacional, nas questões políticas, éticas, ecológicas e econômicas da Convenção do Clima e da economia globalizada. No nível local, procurou-se avalia r a contribuição dos projetos-piloto florestais de carbono ao desenvolvimento sustentável do país. Conclui-se que MDL florestal, não obstante ao fato de possuírem um caráter paliativo, enquanto medida de mitigação da mudança climática , pela sua não permanência e maiores riscos em relação a projetos no setor energético, pode constituir-se uma oportunidade no contexto brasileiro, no sentido de servir à agenda própria brasileira de desenvolvimento rural e uso sustentável dos recursos. Para tanto, o tipo de projeto florestal desenvolvimentista oferece maior potencial para atender às demandas socioambientais das populações rurais e da sociedade brasileira como um todo – que as opções energética e de aterro sanitário não possuem. Entretanto, é fundamental que estes projetos seja m formatados e implementados dentro de uma perspectiva desenvolvimentista, em parceria com instituições governamentais, e respaldados por políticas públicas de maior alcance para obter resultados de maior escala.
Descrição:
Apresentação do conteúdo: Resumo; Introdução; A crise ambiental contemporânea; O ciclo do carbono, a ação antrópica e os impactos da mudança climática; A questão ética na mudança climática: a eqüidade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento; A questão política na mudança climática: as posições dos blocos dos países; A questão econômica na mudança climática: a competitividade empresarial em jogo; O debate e as controvérsias científicas sobre o seqüestro florestal do carbono; As vantagens e desvantagens do seqüestro florestal do carbono; Marco teórico e metodologia da pesquisa; Descrição e análise dos projetos-piloto de carbono florestal no Brasil; Conclusões sobre os projetos analisados: alcances, limites e propostas; Conclusões gerais: oportunidades e limites do carbono florestal como MDL no Brasil; Referências.