A perspectiva de crescimento que a indústria florestal vem apresentando no Brasil, particularmente na produção de polpa de celulose, fez aumentar a demanda por matéria-prima nos anos recentes. Dentre as estratégias adotadas para suprir esta demanda destaca-se a política de fomento florestal que visa produtores de diversas categorias. O presente artigo objetiva identificar a argumentação presente no discurso de legitimação das iniciativas de “fomento florestal”, confrontando-os com reflexões presentes na literatura e resultados de estudos empíricos conduzidos no Brasil. A descrição destes programas de fomento tende a apresentá-los como orientados ao aproveitamento da capacidade produtiva de solos degradados em pequenas propriedades rurais, que geram benefícios sociais e ambientais diversos. O exame dos dados aponta para o fato de que a conjuntura atual favorece tanto as iniciativas de fomento que buscam a legitimação social da empresa quanto àquelas orientadas a terceirização da produção. No referente ao perfil dos beneficiários, observa-se a tendência de formação de florestas comerciais em médias e grandes unidades produtivas. A confirmar esta tendência, o fomento florestal representará uma alternativa para médios e grandes produtores de regiões deprimidas assegurarem a manutenção da propriedade rural. Neste sentido, pode-se contestar as teses atualmente difundidas sobre os impactos sociais dos programas de “fomento florestal” e, consequentemente, a legitimidade de seu subsídio pelo Estado.
The perspective of growth that the forest industry has been presenting in Brazil, particularly in the cellulose pulp production, increased the demand for raw material in recent years. Amongst the adopted strategies to supply this demand, the politics of forest promotion is highlighted, which aims at producers of several categories. This paper aims at identifying the argument present in the legitimation speech of the “forest promotion” initiatives, confronting them with reflections presented in the literature and the results of empirical studies done in Brazil. The description of these promotion programs tends to present them as guided to the exploitation of the productive ground capacity degraded in small country properties, which generate several social and environmental benefits. The analysis of the data shows that the current conjecture favors both the promotion initiatives that search for social legitimation of the company and those that search for the production tercerization. As far as the beneficiaries’ profile is concerned, the tendency of commercial forests formation in medium and great productive units is observed. In order to confirm this trend, the forest promotion will represent an alternative for medium and great producers from depressed regions to assure the maintenance of the country property. In this sense, the currently spread theses on the social impacts of the “forest promotion” programs can be contested and, consequently, the legitimacy of its subsidy by the State.