Resumo:
Os recursos florestais assumem, no âmbito da economia dos países em desenvolvimento, uma importância cada vez maior. Por outro lado, as explorações das florestas têm causado graves danos ambientais. Desenvolveram-se, nos últimos anos, certificados que buscam atestar a qualidade ambiental de processos produtivos. A certificação florestal é um processo que emergiu como alternativa e resposta à pressão dos stakeholders. A transformação da demanda dos stakeholders em buscar produtos ambientais passa a contribuir no processo de gestão das organizações e nas alternativas de soluções ambientais. A implantação do certificado estimulou o consumo de produtos certificados florestais. Sendo assim, este artigo tem por objetivo analisar a relevância dos resultados alcançados em nível econômico e ambiental com a implantação do certificado florestal, bem como a principal motivação dos stakeholders frente a esse processo. Para tanto, realizou-se uma análise da literatura sobre os conceitos de gestão ambiental, marketing verde e stakeholders. O artigo aborda a caracterização florestal no Mundo e no Brasil, dos acordos multilaterais inserindo a importância dos certificados, e análise das dimensões econômicas e de proteção ambiental da certificação florestal mediante as perspectivas dos stakeholders. O resultado do uso das certificações evidencia que existe uma convergência entre os aspectos econômicos e ambientais, pois à medida que o uso de certificação aumenta, ocorre abertura de mercado, proporcionando maior rentabilidade, gerando vantagens competitivas para as organizações. Uma vez que a certificação traduz ao mercado os fatores de proteção ambiental esperado, abre uma lacuna de oportunidades e garante às organizações uma expectativa estratégica a longo prazo. Ou seja, os interesses econômicos e ambientais justapõem-se às expectativas dos stakeholders, do mercado e do futuro em relação aos problemas ambientais. Confirma-se a existência de vínculos diretos e indiretos entre proteção ambiental e aspectos econômicos.