Microalgas são consideradas organismos promissores com aplicações em diversas áreas, entre elas para a fixação de CO 2 , indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica. A industrialização na produção desses organismos levará à geração de resíduos, cuja utilização é vista como contribuinte na redução de custos de produção. Nesta pesquisa, propôs-se o uso de microalgas como material cimentante para peletização de sementes de Bowdichia virgilioides Kunth, espécie nativa do Cerrado brasileiro. Biomassa das microalgas Selenastrum capricornutum e Chlorella sorokiniana foram obtidas a partir de cultivos semicontrolados em casa de vegetação. Nas microalgas, foi determinada a concentração de clorofila a, proteínas, carboidratos e lipídios totais, e a biomassa para peletização foi obtida com as células em fase estacionária de crescimento. Com relação às sementes, os tratamentos consistiram de semente nua, semente com gesso agrícola, semente com gesso agrícola e S. capricornutum ou com C. sorokiniana. Nessas, analisaram-se a emergência e desenvolvimento das plântulas e ocorrência de nódulos fixadores de nitrogênio. Os resultados indicaram que sementes com gesso e C. sorokiniana apresentaram porcentagem de emergência (76%) estatisticamente similar à obtida para sementes nuas (86%) e que foi mais elevada do que sementes peletizadas com gesso (60%) e com gesso e S. capricornutum (62%). A melhor porcentagem de emergência para C. sorokiniana em comparação com S. capricornutum pode estar relacionada ao maior conteúdo de lipídios (11,4 mgL -1 ) e carboidratos (25,0 mg L -1 ) em C. sorokiniana, em comparação com S. capricornutum (2,2 mg L -1 lipídios e 0,31 mg L -1 carboidratos). Parâmetros como tempo médio de emergência, comprimento e peso da parte aérea fresca e seca e radicular das plântulas de B. virgilioides foram similares para todos os tratamentos. Conclui-se que a biomassa de C. sorokiniana pode ter aplicação promissora como constituinte de material cimentante em peletização de sementes, apresentando resultados posistivos e similares à emergência de sementes nuas.
Microalgae are considered promising organisms with applications in several areas, among them CO 2 fixation, food industry, cosmetics and pharmaceuticals. Industrialization in the production of such organisms will generate algae residues that may be used for production cost reduction. In this research we proposed the use of microalgae as cement material in Bowdichia virgilioides Kunth seeds pelletization. This plant is a native species of the cerrado (Brazilian savanna). Microalgae biomass Selenastrum capricornutum and Chlorella sorokiniana were obtained from semi-controlled cultures kept in a greenhouse. In microalgae, the concentrations of chlorophyll a, proteins, carbohydrates and total lipidswere calculated, and pelletization biomass was obtained with the cells from stationary growth phase. As for the seeds, the treatments consisted of bare seeds, seed with agricultural gypsum, seed with agricultural gypsum and S. capricornutum or C. sorokiniana. Plant emergence and plantule development, as well as the presence of nitrogen fixing noduleswere quantified. The results showed that seeds with gypsum and C. sorokiniana had 76% germination percentage, which was statistically similar to that obtained for bare seeds (86%); these were higher than the seeds pelleted with gypsum (60%) and gypsum plus S. capricornutum (62%). The best emergence percentage obtained for C. sorokiniana when compared with S. capricornutum may be related to the higher lipid content (11.4 mg L -1 ) and carbohydrate content (25.0 mg L -1 ) in C. sorokiniana, compared with S. capricornutum (2.2 mg L -1 of lipids and 0.31 mg L -1 of carbohydrate). Parameters such as mean emergence time, length and fresh and dry weight of aerial plants and roots of B. virgilioides plantules were similar for all treatments. From this research it can be concluded that C. sorokiniana biomass can have potential for application as a constituent of cement material in seed pelletization, presenting positive results that were similar to the emergence of bare seeds.