A castanheira-da-amazônia e a seringueira ocorrem naturalmente em regiões da Amazônia e são espécies reconhecidas mundialmente por sua castanha e látex, respectivamente. Em diversos estudos há informações sobre questões relacionadas com a produção das castanhas e os efeitos da coleta das mesmas sobre a regeneração dessa espécie. No entanto, não existem estudos em que foram avaliados o estabelecimento, o crescimento e os modelos hipsométricos da castanheira-da-amazônia fora de sua área de ocorrência natural. Assim, este estudo foi realizado com o objetivo de analisar o estabelecimento e dinâmica de crescimento da castanheira-da-amazônia (Bertholletia excelsa Bonpl.) e clones de seringueira (Hevea brasiliensis Müell. Arg.) introduzidos em consórcio, em Lavras, MG, assim como ajustar equações hipsométricas para a castanheira-da-amazônia. As sementes de castanheira-da- amazônia foram coletadas em locais de ocorrência natural da espécie, no estado de Mato Grosso. As mudas foram produzidas em Lavras, MG, assim como o plantio em campo. O plantio seguiu o delineamento em blocos casualizados, com 4 repetições e 24 plantas por parcela, perfazendo um total de 96 plantas, dispostas no espaçamento 3 m x 3 m. As avaliações da castanheira-da-amazônia foram realizadas aos 0,33; 0,75; 1,08; 1,91; 2,5; 3; 4; 5; 10; 11; 12; 14 e 16 anos após o plantio em campo, mensurando a altura total (H) e o diâmetro à altura do peito (DAP). Foram calculados a área basal (G) e o volume por planta (V/plt); o volume por hectare (V/ha) e a sobrevivência (S%) foram avaliados aos 10, 11, 12, 14 e 16 anos após o plantio em campo. Com os dados de 16 anos após o plantio em campo, foram testados quatro modelos hipsométricos para a castanheira-da-amazônia, utilizando-se análise de regressão pelo método dos mínimos quadrados. Os critérios usados de avaliação do ajuste foram o coeficiente de determinação ajustado ( 2 ), o erro padrão da estimativa (Syx%) e a análise gráfica dos resíduos. Para a seringueira, o espaçamento utilizado foi de 6mx3m, o delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com seis tratamentos e três repetições, com quatro plantas por parcela, totalizando 72 plantas. As avaliações ocorreram aos 7, 8, 9, 11 e 13 anos, e abrangeram a sobrevivência, a altura total (H), a circunferência a 1,20 m (CAP) e a porcentagem de plantas aptas a sangria (CAP ≥ 45). Os dados de ambas as espécies foram submetidos à análise de variância (ANOVA), ao teste de média e à regressão, utilizando o software Statistic. Os dados de crescimento das espécies foram analisados em conjunto com as características climáticas do local de introdução e da região de ocorrência natural da espécie (para o caso da castanheira-da-amazônia). Constatou-se que a castanheira-da-amazônia introduzida em Lavras apresenta sobrevivência e dinâmica de crescimento satisfatório para a espécie fora do ambiente de ocorrência natural, sendo recomendada para reflorestamento. Os clones de seringueira apresentaram tanto dinâmica de crescimento como porcentagem de plantas aptas à sangria inferiores às observadas para os mesmos clones implantados em monocultivos, em outros locais no Brasil.
The amazon chestnut and rubber tree naturally occurring in regions of the Amazon and these species are worldwide recognized for their nuts and latex, respectively. In several studies no information on issues related to the production of chestnuts its collection on the regeneration of this species. However, there are no studies that evaluated the establishment, growth and hypsometric models of the amazon chestnut of its natural range. Thus, this study was performed in order to examine the establishment and growth dynamics of the amazon chestnut (Bertholletia excelsa Bonpl.) and clones of rubber tree (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) introduced in consortium in Lavras, MG, Brazil, and to adjust hypsometric equations for the amazon chestnut. The seeds of amazon chestnut sites were collected in its natural habitat in the state of Mato Grosso. The seedlings were grown in Lavras, MG, as well as planting in the field. The planting followed a randomized block design with four replications and 24 plants per plot, for a total of 96 plants, arranged in spacing of 3 m x 3 m. Assessments of the amazon chestnut were performed at 0.33, 0.75, 1.08, 1.91, 2.5, 3, 4, 5, 10, 11, 12, 14 and 16 years after planting on field, measuring the total height (H) and diameter at breast height (DBH). We calculated the basal area (G) and volume per plant (V / pt); volume per hectare (V / ha) and survival (S%) were assessed at 10, 11, 12, 14 and 16 years after planting in field. With the data about 16 years after planting in the field, were tested four models for hypsometric amazon chestnut, using regression analysis by the least squares method. The criteria used to evaluate the fit were the adjusted coefficient of determination (2), the standard error of estimate (Syx%) and graphical analysis of the residuals. For rubber tree, the spacing used was 6 m x 3m, the experimental design was a randomized block with six treatments and three replications with four plants per plot, totaling 72 plants. Assessments occurred at 7, 8, 9, 11 and 13 years, and covering survival, total height (H), circumference at 1.20 m (CAP) and the percentage of plants capable of sangria (CAP ≥ 45). The data from both species were subjected to analysis of variance (ANOVA), the average test and regression using the software Statistic. The growth data of species were analyzed together with the climatic characteristics of the experimental local and the introduction of its natural habitat (in case the amazon chestnut). It was found that the amazon chestnut introduced in Lavras presents survival and growth dynamics suitable for the species outside of naturally occurring and is recommended for reforestation. The rubber tree clones showed both dynamic growth as percentage of plants able to bleed lower than those for the same clones in monoculture deployed in other locations in Brazil.