Resumo:
A destinação final dos resíduos de tratamento de efluentes das indústrias de celulose e papel, de forma ambientalmente adequada e financeiramente viável, tem sido um dos grandes desafios desse setor. A alternativa de disposição em aterros industriais é onerosa e gera responsabilidade com custo e prazo indefinidos. A aplicação em áreas de plantios florestais é uma alternativa para descarte desses resíduos, solucionando um problema ambiental de disposição, ao mesmo tempo em que contribui para a reposição de nutrientes exportados com a colheita da biomassa florestal. Além dos nutrientes remanescentes na biomassa vegetal processada para a obtenção da celulose, parte de componentes utilizados na digestão da celulose e no tratamento dos efluentes permanecem no lodo celulósico gerado. No caso da reciclagem de aparas de papel, pela natureza da matéria prima processada, os lodos resultantes do tratamento de efluentes apresentam natureza e composição química distintas das apresentadas pelos lodos da extração de celulose, necessitando estudos para sua avaliação. Os resíduos podem ter potencial de utilização comercial como insumo florestal. Porém, é necessário o pleno conhecimento de suas características e, principalmente, de seus efeitos ao ambiente. Relata-se nesse documento, os resultados de trabalhos planejados com o objetivo de avaliar o efeito do resíduo celulósico resultante do tratamento de efluentes da reciclagem de aparas de papel, gerado na estação de tratamento de efluentes da Companhia Volta Grande de Papel – CVG, em algumas características químicas e físicas do solo e no desenvolvimento de Pinus taeda e Eucalyptus dunnii.