Resumo:
O aquecimento global é intensificado pela ação antrópica com a queima de combustíveis fósseis e o uso de sistemas agrícolas com grande aporte de energia e insumos externos, que causam a degradação do solo, queda da quantidade e qualidade da matéria orgânica e alta liberação de gás carbônico (CO). Este é um assunto de relevância internacional, em que novos sistemas agrícolas devem ser estudados com vista a diminuir a emissão de CO2 e melhorar a qualidade da matéria orgânica do solo. O objetivo da pesquisa foi avaliar a emissão de gás carbônico e teores e qualidade da matéria orgânica do solo sob quatro sistemas de uso (café em sistema agroflorestal - SAF, café convencional, pastagem e mata nativa). Os resultados mostraram que o SAF estudado apresentou teores de carbono orgânico total (COT), relação C/N, carbono da biomassa microbiana (CBM), carbono extraível (Cext), emissão de CO2 (ECO2), quociente microbiano (qMic) e quociente metabólico (qCO2) semelhante ao do sistema Mata. O acúmulo de serrapilheira, a manutenção da cobertura vegetal, o baixo revolvimento do solo, a diversificação de espécies e a não utilização de insumos químicos são formas de manejo que favorecem o aumento da atividade microbiana. Esse acúmulo promove aumento nos teores das formas orgânicas do carbono do solo, contribuindo para a manutenção da biota, e, consequente, aumento na fertilidade dos solos. Há correlação positiva para os sistemas de manejo entre a temperatura do solo e a emissão de CO2 , sendo a serrapilheira um importante fator para diminuir a temperatura do solo. Para a Mata essa correlação pode ser alterada por outros fatores como o COT e o CBM. Os diferentes sistemas de manejo estudados influenciaram na emissão de CO2 pelo solo, o SAF se mostrou eficiente para diminuir as emissões de CO2 , liberando menos carbono do solo, sendo uma alternativa de manejo que relaciona produção de alimentos e mitigação das causas do efeito estufa.