Resumo:
As propostas de desenvolvimento econômico do setor agrícola, que visam a superação dos baixos índices de produtividade da agricultura, estão na dependência de uma eficiente modernização da produção e de políticas não discriminatórias para o setor. O progresso tecnológico e a posse da terra são alguns dos condicionantes fundamentais para o crescimento agrícola brasileiro na década de 90, que tem como grande desafio a produção de alimentos para uma população urbana cada vez mais crescente. Com o desenvolvimento industrial, os salários da zona urbana tornaram-se mais atrativos para a mão-de-obra rural, que migra para estes centros em busca de melhoria de bem-estar. Esta migração reduz a população rural e conseqüentemente a oferta de mão-de-obra para o setor agrícola, sendo necessária uma maior utilização do fator capital. Além disso a atual legislação trabalhista tem alterado os salários no meio rural dificultando a utilização da mão-de-obra disponível. Em função destes fatores, o produtor não terá outra alternativa a não ser iniciar uma mudança tecnológica no setor agrícola como um todo, a fim de aumentar sua eficiência econômica. No Nordeste, como em outras regiões do Brasil, o processo de desenvolvimento agrícola não optou por grandes modificações na estrutura agrária regional, que continua com alta concentração da posse e uso da terra. De acordo com o Censo Agropecuário de 1980, os estabelecimentos com área superior a 100ha, na região Nordeste, representavam 4% do total, correspondendo a 33% da área total (Pimentel, 1988). Esta situação tem proporcionado um dualismo tecnológico, com empresas aplicando intensamente capital, coexistindo com uma agricultura atrasada, que se baseia nos fatores tradicionais de produção. Este dualismo é observado entre produtores, regiões e produtos de uma mesma região. Em tecnológico, decorrência observa-se que da existência em apenas desse dualismo algumas culturas, principalmente aquelas consideradas de exportação, verificou-se um processo de modernização. Entretanto, esta modernização não tem apresentado um caráter auto-sustentado, dependendo da ajuda do Estado, principalmente através do subsídio. Dentre as culturas de exportação em que não se tem observado avanço tecnológico destaca-se o cajueiro, que a partir da década de 70 tem ocupado lugar de destaque na economia do Nordeste como gerador de renda e trabalho para a população rural. Este estudo tem por objetivo principal examinar a disponibilidade das tecnologias geradas para a cajucultura no sentido de auxiliar a pesquisa no desenvolvimento tecnológico desta cultura.
Descrição:
Apresentação do conteúdo: 1 – Introdução; 2 – Metodologia; 3 – Características tecnológicas do setor agrícola; 4 – Características tecnológicas das principais regiões produtoras de caju nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte; 5 - Disponibilidade de tecnologia para a cajucultura; Conclusões; Bibliografia.