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A publicação deste documento técnico é uma grande realização para todos aqueles e aquelas que queiram conhecer e entender melhor o seu território, seu canto no mundo e, mais, que estejam interessados em cuidar desse lugar. A necessidade de organizarmos este material partiu de uma grande demanda dos Coletivos Educadores que têm, como uma de suas primeiras atividades, a realização de um mapeamento e de um diagnóstico socioambiental participativo. A primeira parte deste Documento Técnico, escrita por Luiz Antonio Ferraro Jr., chamada MAPPEA, tem por objetivo orientar Coletivos Educadores no momento inicial de um programa de educação ambiental para a sustentabilidade do território. Esta etapa refere-se a uma Planificação Estratégica e tem um cunho de Mapeamento, que precede análises éticas, estéticas e políticas da realidade, a que chamamos diagnóstico. O mapeamento realizado pelos Coletivos Educadores é participativo e contribui com a formação do grupo que o compõe, entretanto sua função é, primordialmente, subsidiária. Para desenvolver uma proposta de educação ambiental para o território é preciso conhecê-lo, conhecer a história, a economia, a cultura, as pessoas, os movimentos que ali se organizam, as intervenções, as instituições e instâncias de decisão, os conflitos socioambientais e as possibilidades que todo esse conjunto de elementos oferece. Ainda que o mapeamento preceda o diagnóstico, esta etapa não é politicamente neutra, aquilo que escolhemos mapear já contém uma perspectiva particular de sociedade e de ambiente. A proposta de mapeamento contida neste documento não tem uma aplicação genérica, ela é especialmente útil às pessoas “inscritas” nos princípios da educação ambiental crítica, popular e emancipatória. A segunda parte deste texto, elaborada por Eda Tassara e Omar Ardans, refere-se ao segundo momento, quando um denso processo educacional ocorre no diálogo sobre a realidade anteriormente mapeada, envolvendo tanto os Coletivos Educadores quanto osdemais atores sociais do programa. Aqui é mostrado, de modo primoroso, como um diagnóstico socioambiental participativo é fonte infinita de possibilidades educacionais, como ele pode mexer com os sonhos e as realidades de quem estiver envolvido. Eda e Omar discutem alguns conceitos centrais para o fazer pedagógico emancipatório e seu exercício prático na constituição de Coletivos Educadores: a participação como fim democrático em si, o enfrentamento de silêncios e silenciamentos no processo participativo, a delimitação do campo socioambiental, a conceituação de problema e problemática, dentre outros. Um mapeamento e um diagnóstico socioambiental participativo que foque esses elementos é fundamental para a elaboração de uma política pública estruturante que dialogue com o vivido e que possibilite a emergência do potencial das pessoas e dos locais, que possibilite que tenhamos educadoras e educadores ambientais populares em cada canto deste país sonhando e construindo uma sociedade sustentável. |
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