O período de rotação das mudas de eucalipto nos viveiros florestais, dependendo do material genético, da região e da época do ano, pode variar de 70 a 100 dias ou mais. Por motivos diversos, mudas aptas ao plantio deixam de ser plantadas, permanecendo no setor de rustificação por longos períodos, algumas vezes sujeitas a perdas. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do tempo de permanência de mudas clonais do híbrido de Eucalyptus grandis x E. urophylla em tubetes plásticos de 53 cm3 em condição de viveiro sobre as trocas gasosas, as relações hídricas e a eficiência fotoquímica. Para tanto, foram utilizadas mudas de três clones híbridos de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla, denominados 11, 61 e 75. As miniestacas foram transplantadas em recipientes de plástico rígido e cônico, com 53 cm³, em intervalos de 30 dias, num total de cinco transplantios, sendo o quinto realizado 150 dias após o primeiro. Foram estabelecidos cinco tratamentos: mudas com 60, 90. 120, 150 e 180 dias após o estaqueamento (DAE). As mudas, ao longo do tempo de cultivo passaram por todos os setores de crescimento do viveiro: enraizamento em casa de vegetação, crescimento à sombra e setor de rustificação. Para as mudas com 90, 120, 150 e 180 DAE, estas permaneceram respectivamente por um período de 30, 60, 90 e 120 dias em condição de céu aberto na praça de rustificação. As mudas foram avaliadas em relação às trocas gasosas, rendimento quântico máximo do fotossistema II, potencial hídrico foliar e a eficiência intrínseca e eficiência instantânea do uso da água. Nos três clones de eucalipto estudados, o maior tempo de permanência das mudas em tubetes de 53 cm3 resultou em reduções na capacidade fotossintética, sendo esta redução associada aos efeitos estomáticos e aos efeitos não-estomáticos. As mudas com maior tempo de cultivo nos recipientes apresentaram maior controle estomático e com isso maior eficiência intrínseca do uso da água. Os clones estudados apresentaram respostas diferenciadas em relação aos efeitos do tempo de permanência no recipiente de cultivo, tendo o clone 11 apresentado menor susceptibilidade aos efeitos deletérios do longo período de confinamento do sistema radicular, e os clones 61 e 75 apresentaram maior sensibilidade.
The rotation period of eucalypt cuttings in nurseries depends on the genetic material, region and on the season of the year, and generally requires 70 to 100 days or more. For several reasons, viable cuttings are not planted out and remain in the nursery for long periods, and are subject to losses. This work evaluated the effect of the residence period of 3 clonal cuttings of the hybrid Eucalyptus grandis x E. urophylla (named 11, 61 and 75) grown in 53 cm³ rigid conic plastic tubes in the nursery, on gas exchanges, water relations and photochemical efficiency. Five treatments were established after the initial 30 day transplant period: 60, 90, 120, 150 and 180 days after transplanting (DAT). The cuttings were rotated over different sectors of the nursery: rooting in greenhouse, shadow sector and hardness sector. The 90, 120, 150 and 180 DAT cuttings remained, respectively, for 30, 60, 90 and 120 days in open air at the hardening area. Gas assiexchanges, maximum quantum yield of the photosystem II, leafwater potential, the intrinsic water efficiency and the instantaneous water use efficiency were measured on the cuttings. The longest residency periods reduced the photosynthetic performance of all clones and these reductions were linked to stomatal and non-stomatal effects. Clones grown for an extended period had greater stomatal control, therefore higher intrinsic efficiency of the use of water. The 3 clones had different responses to the residency periods in tubes. Clone 11 was the least sensitive to the deleterious effects of the restricted root system over the long residency periods, while Clones 61 and 75 were the most adversely affected.