Este estudo teve como objetivo realizar uma avaliação biomecânica e da carga de trabalho físico dos trabalhadores nas atividades manuais de plantio e tratos culturais para implantação de florestas em regiões montanhosas. Os dados foram coletados em áreas pertencentes a uma empresa florestal no Estado de Minas Gerais, tendo sido amostrados 45 trabalhadores florestais. Para a avaliação biomecânica foi utilizado o Modelo Biomecânico Bidimensional de Predição de Posturas e Forças Estáticas (2DSSPPTM), da Universidade de Michigan. Para a avaliação da carga física de trabalho, foi utilizada a carga cardiovascular, conforme metodologia proposta por APUD (1989), a partir do monitoramento da frequência cardíaca dos trabalhadores. Os resultados mostraram que o ambiente de trabalho estudado proporcionava riscos de lesões músculo-esqueléticas e de acidentes aos trabalhadores. A análise biomecânica indicou que todas as atividades avaliadas ultrapassaram a carga-limite recomendada em pelo menos uma fase do ciclo e, ou, em pelo menos uma das articulações estudadas. Na avaliação da carga de trabalho físico, apenas as atividades de plantio florestal manual com chucho e aplicação de herbicida encontram-se dentro dos limites de carga cardiovascular recomendados. Os riscos de lesão encontrados são decorrentes das características intrínsecas das atividades, exigindo posturas com o tronco inclinado e os braços esticados, gerando forças de compressão excessivas sobre o disco L5-S1 da coluna vertebral, além da necessidade de o trabalhador se deslocar e transportar cargas em terrenos com declividade acentuada, favorecendo o surgimento de dores musculares causadas por posturas forçadas inadequadas ou ferimentos por quedas.
This research aimed to perform a biomechanical and physical workload evaluation of workers at manual forest establishment in hilly regions. The data were collected in forests belonging to a forest company in the State of Minas Gerais, with 45 forest workers sampled. For the biomechanical evaluation the Two- Dimensional Biomechanical Model for Predicting Postures and Static Forces (2DSSPPTM) of the University of Michigan was used. For the assessment of physical workload, the cardiovascular load was used, according to the methodology proposed by APUD (1989), for heart rate monitoring of workers. The results showed that the investigated working environment provided risks of musculoskeletal injuries and accidents to workers. Biomechanical analyses indicated that all analyzed activities exceeded the recommended load limit in at least one phase of the cycle, or in at least one of the joints studied. In assessing the physical work load, only the activities of manual planting with a planting bar (called “chucho”) and herbicide application were within the recommended cardiovascular load limits. The risks of injury found from the intrinsic characteristics of activities, demanded postures with the upper body leaning and arms stretched, generating excessive compressive forces on the L5-S1 spinal disc, due to the need of the worker to move and carry loads on steep slopes, favoring the appearance of muscle pains caused by inadequate forced positions or injuries from falls.