O presente estudo teve como objetivo avaliar as respostas morfofisiológicas e a tolerância a diferentes intensidades de sombreamento de duas mudas arbóreas amazônicas. Mudas de P. gigantocarpa e S. parahyba foram distribuídas nas intensidades de sombreamento: pleno sol, baixa, moderada e alta (0, 23, 67 e 73% de sombreamento, ou 2000, 1540, 660 e 540 μmol m-2 s-1, respectivamente) obtidas com telas de polietileno. Avaliou-se índice SPAD, condutância estomática (gs), transpiração (E), fotossíntese (A), produção de biomassa, área foliar específica (SLA) e alocação de biomassa. A gs, E, A e produção de biomassa foram maiores a pleno sol, em P. gigantocarpa, e ao baixo sombreamento, em S. parahyba. Com o aumento do sombreamento as mudas de P. gigantocarpa elevaram o índice SPAD (teor de clorofila) e a SLA; enquanto que as de S. parahyba aumentaram a alocação de biomassa para as folhas. Assim, como estratégia da sua plasticidade fenotípica, as espécies em estudo demonstraram distintas respostas morfofisiológicas ao sombreamento. Embora as mudas de P. gigantocarpa tenham apresentado melhor desenvolvimento a pleno sol e as de S. parahyba sob baixa intensidade de sombreamento, ambas as espécies sobreviveram às diferentes intensidades de sombreamento, sendo tolerantes a sombra e hábeis a programas de reflorestamento.
The present study aimed to evaluate the morphological and physiological responses and shade tolerance in two Amazonian tree seedling species under different shade intensities. Seedlings of P. gigantocarpa and S. parahyba were allocated to the following shade intensities: full sun, low, moderate and high (respectively, 0%, 23%, 67% and 73% of shade, or 2000, 1540, 660 and 540μmol.m-2.s-1) obtained with polyethylene screens in a nursery seedling production. We measured the SPAD index, stomata conductance (gs), transpiration (E), photosynthesis (A) and biomass production. We also calculated the specific leaf area (SLA) and biomass allocation. The highest values of gs, E, A, and biomass production were found under full sun, in P. gigantocarpa, and at low shade intensity, in S. parahyba. In P. gigantocarpa, the SPAD index (chlorophyll content) and SLA increased under increasing shade intensity; while in S. parahyba, the increase in shade intensity increased biomass allocated to leaves. Thus, as a strategy of its phenotypic plasticity, the studied species responded differently to shade intensity. Although P. gigantocarpa seedlings developed best under full sun and S. parahyba seedlings performed better under low shade intensity, both species survived the different shade intensities, being shade tolerant and adapted to reforestation programs.