Além dos serviços ambientais já reconhecidos das matas ciliares, no tocante à conservação de solo e água, agora se atribui às florestas ribeirinhas a função de fixação do carbono atmosférico, contribuindo assim para a redução do efeito-estufa. Visando quantificar os estoques de carbono em matas ciliares nativas em diferentes condições ambientais e conhecer as taxas de fixação em plantios de matas ciliares, foi aplicada equação de estimativa de biomassa aérea aos dados obtidos em levantamentos fitossociológicos e oriundos de monitoramento de plantios experimentais na bacia do Rio Paranapanema. Para matas ciliares nativas utilizadas como comparação, obteve-se, em solos de cerrado, estoque de 50tC.ha-1 e em solos florestais 79,7 tC.ha-1. Para as matas ciliares plantadas em região de cerrado, obteve-se taxa média anual de fixação de carbono, em modelos mistos com essências nativas, de 1,5 t.ha-1.ano-1 (média aos nove anos). Em plantio puro de Pinus elliottii Engelm. var. densa Little & Dorman a taxa foi de 9,5 t.ha-1.ano-1 em solos de cerrado e em solos florestais foi de 6,1 t.ha-1.ano-1. Em plantios heterogêneos com espécies nativas em solos florestais a taxa média de fixação foi de 5,2t/ha/ano (média de 23 plantios de diferentes idades). A biomassa e, portanto, o estoque estimado de carbono nas matas ciliares naturais foi cerca de 60% superior em solos florestais, se comparado ao estoque em solos de cerrado. Por outro lado, a taxa de fixação de carbono em plantio de Pinus em região de cerrado foi superior às maiores taxas observadas nos plantios com espécies nativas, mesmo naqueles realizados em solos férteis de regiões florestais.
Besides the already known environmental services offered by riparian forests (e.g. soil and water conservation), these forests have been also expected to help offset increasing carbon emissions to the atmosphere and so reducing the greenhouse effect. With the aim of evaluating the efficacy of planted riparian forests to serve as sinks for atmospheric carbon dioxide, we compared 33 distinct stands (native and planted), in different soil conditions (cerrado and forest soils) and ages ranging from 1 to 28 years, in the Paranapanema Valley, São Paulo State, Brazil. Using dendrometrical data, was applied an allometric equation to estimate aboveground carbon storage and accumulation rates of each stand. The carbon storage in the mature native stands was: 79.7 t.ha-1 in forest soil and 50 t.ha-1 in cerrado soil. That means the carbon storage potential is about 60% higher in the fertile and clayish forest soils than in the sandy and poor cerrado soils in that region. The carbon accumulation rates in mixed planted stands with native species were about 5.2 t.ha-1.year-1 in forest soils and 1.5 t.ha-1.year-1 in cerrado soils. On the other hand, pure stands with Pinus elliottii Engelm. var. densa Little & Dorman accumulated 9.5 t.ha-1.year-1 in cerrado soils and 6.1 t.ha-1.year-1 in forest soils. The results indicate that the potential of riparian forests for carbon sequestration depends, under the same weather conditions, on the soil properties. It was concluded also that Pinus species can be much more efficient for carbon sequestration than native species in the cerrado sandy soils.