Foram delimitadas cinco parcelas de 200 x 250 m em pastagem abandonada, dominada por Brachiaria humidicola, formada há 18 anos (em 1981) e queimada pela última vez há cerca de três anos. Foram comparados cinco intervalos de distância à borda da floresta contínua, de 50 em 50 metros, até 250 metros. Foram estudadas a densidade, a freqüência e a diversidade das espécies arbóreas, avaliando-se separadamente a regeneração esparsa e a dos aglomerados de vegetação. O estudo foi feito na Fazenda Esteio, que é parte das reservas do convênio INPA / Smithsonian Institution e está localizada a cerca de 80 km ao norte de Manaus, Amazonas (Amazônia central). Em uma área total de 6,75 hectares, foram encontradas 65 espécies arbóreas, pertencentes a 54 gêneros de 27 famílias botânicas. As famílias com maior diversidade de espécies arbóreas foram Cecropiaceae (seis espécies de três gêneros) e Flacourtiaceae (cinco espécies de quatro gêneros). As três espécies com maior densidade de indivíduos foram Vismia japurensis e V. cayennensis (Clusiaceae), além de Goupia glabra (Celastraceae), enquanto que as três espécies mais freqüentes foram V. japurensis, V. cayennensis e V. guianensis. Não houve diferenças significativas para a variável número de indivíduos arbóreos ao longo dos intervalos de distância da borda da floresta; no entanto, ficou demonstrada uma tendência de diminuição com as distâncias. Não houve diferenças significativas para a variável número de espécies arbóreas com a distância da borda da floresta, no entanto, também ficou demonstrada uma tendência de diminuição. A área e o número total de aglomerados de regeneração diminuíram significativamente com o aumento da distância da borda. A área total dos aglomerados variou de 434 m2 nas parcelas dos 0-50 metros, até 73 m2 nas parcelas dos 200-250 metros. O número total de aglomerados variou de dez aglomerados nas parcelas dos 0-50 metros, até três aglomerados nas parcelas dos 200-250 metros. Houve uma tendência de diminuição da densidade de indivíduos arbóreos nos aglomerados com as distâncias da floresta: de 36 indivíduos/100 m2 aos 0-50 m para 26 indivíduos/100 m2 aos 200-250 m. Portanto, a influência da distância da borda da floresta foi mais acentuada nos aglomerados de vegetação, com uma clara diminuição da densidade e diversidade de espécies arbóreas.
Five 200 x 250 m plots of abandoned pasture, dominated by Brachiaria humidicola, which was formed 18 years ago (in 1981) and burned by the last time three years ago, were marked. Five distance intervals from forest edge were compared: 0 - 50 m, 50 - 100 m, 100 150 m, 150 - 200 m, 200 - 250 m. Density, frequency and diversity of tree species were studied with a separated survey of spread and grouped regeneration. The study was carried out at the Esteio Farm, which is part of the INPA / Smithsonian Institute Reserves, 80 km North of Manaus Puerta n 33 (central Amazonia). Sixty-five tree species from 54 genera and 27 botanic families were found in surveyed area of 6,75 hectares. The families with highest tree species diversity were Cecropiaceae (six species from three genera) and Flacourtiaceae (five species from four genera). The more abundant tree species were Vismia japurensis, V. cayennensis (Clusiaceae), and Goupia glabra (Celastraceae). However, regarding the frequency in the study plots, the species V. guianensis ranked third instead of G. glabra. There were no significant differences for tree individuals number on distance intervals; however there was a trend for decreasing from forest edge. There were no significant differences for tree species number on distance intervals. Nevertheless, “regeneration islands” area and total number had both a significant decrease with increasing distances from the forest edge. A total area of 434 m2 of “regeneration islands” was measured at the 0-50 m interval, against 73 m2 at the 200-250 m interval; and a total of ten “regeneration islands” were found at 050 m against three at 200-250 m. There was a trend for decreasing tree density at “regeneration islands” with increased distance from forest edge: from 36 individuals/100 m2 at 0-50 m to 26 individuals/100 m 2 at 200-250 m. Therefore, the distance to the forest edge was especially important for the “regeneration islands”, where a clear decrease of tree species density and diversity was found.