Perturbações têm modificado florestas tropicais, reduzindo diretamente a distribuição de florestas ou indiretamente afetando a estrutura e processos responsáveis pela sua sustentabilidade. A dispersão de sementes constitui um importante processo em florestas tropicais, pois influencia a estrutura de comunidades vegetais. A remoção de sementes por diferentes guildas de dispersores (formigas e vertebrados), a estrutura de comunidades e o comportamento de formigas interagindo com sementes foram avaliados em florestas com diferentes níveis de perturbação (anos desde abandono das áreas utilizadas como pasto) e comparado com florestas preservadas. A taxa de remoção de sementes em florestas perturbadas há mais de 100 anos (43%) foi maior que em florestas de 40-55 anos, 15-20 anos e 9-11 anos (35%; 26% e 26%, respectivamente). Formigas e vertebrados removeram uma quantidade similar de sementes em todas as florestas. A taxa de remoção de sementes foi 1,2 vezes menor no inverno (29%) do que no verão (36%). Na floresta de 9-11 anos foram amostradas 7 espécies de formigas; 9, 12 e 10 espécies foram amostradas nas florestas de 15-20 anos, 40-55 anos e >100 anos, respectivamente. As florestas com diferentes níveis de perturbação apresentaram uma estrutura das comunidades de formigas muito similar. O comportamento “limpeza de sementes” foi o mais frequente em todas as áreas sendo “remoção de diásporos” mais comum em áreas mais preservadas do que em áreas perturbadas. Apesar da grande similaridade entre as comunidades e plasticidade das espécies de formigas em relação ao hábitat e dieta, as diferenças na abundância relativa, no comportamento das espécies e na quantidade de sementes removidas promovidas pelas perturbações poderiam alterar a estrutura das comunidades vegetais da Floresta Atlântica.
Habitat disturbance is changing tropical forests directly throughout a reduction of forest distribution and indirectly affecting the structure and the ecological processes responsible for its maintenance. Seed dispersal is an important process as it influences the structure of plant communities. Seed removal by different dispersal agents (ants vs. vertebrates), ant community structure and behaviour were evaluated in forests contrasting in disturbance level (years since abandonment from use as pasture) and compared to old growth forest. Seed removal in old growth forests (43%) was higher than in 40-55 years, 15-20 years and 9-11 years forests (35%; 26% and 26%, respectively). Ants and vertebrates removed similar amounts of seeds in all forests. Removal in winter (29%) was 1.2 times lower than in summer (36%). In forests of 9- 11years 7 ant species were sampled, 9, 12 and 10 species were sampled in forests of 15- 20 years, 40-55 years and >100 years respectively. Forests with different disturbance levels had a similar ant community structure. The behaviour “seed cleaning” was the most frequent in all forests with “diaspores removal” been more frequent in preserved forests compared to disturbed ones. Although a great similarity among communities and the high habitat and diet plasticity of ants were found, differences in relative abundance, behaviour and consequently removal rates could change the structure of plant communities in the Atlantic Forest.