Estudos anteriores com M. sellowiana, em quatro diferentes fitofisionomias no estado do Paraná (Estepe Gramíneo-Lenhosa - EGL, Floresta Ombrófila Mista - FOM, Floresta Ombrófila Densa Montana - FODM e Floresta Ombrófila Densa Alto- Montana - FOAM) mostraram que as folhas dessa espécie apresentaram uma grande plasticidade morfológica. Este trabalho teve como objetivo dar continuidade ao estudo sobre a amplitude fenotípica da espécie, utilizando como indicador de plasticidade as características da arquitetura da folha. Para tanto, foram coletadas ramos e folhas de sete indivíduos por fitofisionomia, para a análise da área foliar, massa seca, massa específica, espessura da folha, ângulo foliar, comprimento, diâmetro, porcentagem do tecido mecânico e volume do pecíolo, densidade de venação e razão da distância da nervura central até a 2o nervura/área foliar, além da descrição e caracterização morfológica das nervuras. Os valores médios de massa seca, massa específica foliar, diâmetro e volume do pecíolo diferiram significativamente entre as quatro fitofisionomias, enquanto que a estrutura interna do pecíolo e a morfologia das nervuras da folha foram semelhantes entre si. A análise dos componentes principais (ACP) mostrou que os dois primeiros componentes (ângulo foliar e área foliar) explicaram 78% da variância total. O CP1, representado pelo ângulo foliar apresentou relação negativa com a área foliar, área específica foliar, área de tecido mecânico e a razão da distância da veia central até a 2o veia/área foliar, enquanto que a área foliar apresentou uma relação negativa com a massa seca e a razão da distância da veia principal até a margem/área foliar. O CP1 mostrou dois agrupamentos, sendo um entre os indivíduos de FOM e FODM e outro entre os indivíduos da EGL e FOAM. Para o CP2, a distribuição é mais homogênea entre os indivíduos das quatro fitofisionomias estudadas. A distribuição das populações decorrente da análise dos componentes principais sugere o mesmo gradiente mesomórfico-xeromórfico (FOM>FODM>EGL>FOAM) encontrado em estudos anteriores e evidencia a plasticidade fenotípica da espécie em função das condições abióticas diferenciadas entre as fitofisionomias.
Previous studies with M. sellowiana, in four different phyto-physiognomies in the state of Paraná (grassland – EGL, Araucaria Forest – FOM, Montane Atlantic Forest – FODM and Upper Montane Atlantic Forest – FOAM), have shown that leaves of this species have a great morphological plasticity. This work had the goal of giving continuity to the study on the phenotypic amplitude of the species, using the characteristics of the foliar architecture as an indicator of plasticity. For that, branches and leaves of seven individuals per phyto-physiognomy were collected for the analysis of leaf area, dried leaf weight, specific dried leaf weight, leaf thickness, leaf angle, length, diameter, mechanical tissue ́s percentage and volume of petiole, venation density and the rate of the distance of the midrib to the second vein/leaf area, besides the morphological description and characterization of the veins. The mean values of the following morphological variables differed significantly among the four phyto-physiognomies: dried leaf weight, specific dried leaf weight, diameter and volume of petiole, while the internal petiole structure and the morphology of the foliar veins were similar among the four phyto-physiognomies. The Principal Component Analysis (PCA) showed that the two first components (leaf angle and leaf area) explained 78% of the total variance. PC1, represented by the leaf angle, presented a negative relation with leaf area, specific leaf area, mechanical tissue area, and rate of main vein distance/leaf area. In the other hand, leaf area (PC2) presented a negative relation with dry mass and the rate of main vein distance to margin/leaf area. PC1 showed two distinct groups, one formed by the individuals of FOM and FODM, and another by individuals of FOAM and EGL. For the PC2, the distribution is more homogenous among the individuals of the four studied phyto-physiognomies. The population ́s distribution given by the PCA suggests a mesomorphic to xeromorphic gradient: FOM>FODM>EGL>FOAM, and provides evidence to the phenotypic plasticity of the species due to different abiotic conditions among the phyto- physiognomies.