Este trabalho teve o objetivo de analisar e descrever os padrões de interações espaciais intraespecíficas de Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (canela-sassafrás) num fragmento de Floresta Ombrófila M ista localizado na Floresta Nacional de Irati, no estado do Paraná. A hipótese levantada é que não existem evidências da ocorrência de interações espaciais entre os indivíduos de canela-sassafrás. Para tanto, foram utilizados dados de três hectares para coleta de informações sobre altura, diâmetro e localização dos indivíduos de canela-sassafrás com altura total ≥ 30 cm. Análises bivariadas por meio da função K 12 de Ripley foram realizadas para descrever as interações espaciais entre diferentes categorias de tamanho. A interação espacial no espaço bidimensional é identificada pela ocorrência de atração ou repulsão entre as categorias. Na competição intraespecífica, as plantas da mesma espécie têm as mesmas necessidades e tendem a competir para obtenção de recursos. No entanto, a teoria suporta também interações positivas, ou de facilitação. Nas discussões são apresentadas algumas inferências sobre fenômenos que podem estar relacionados com os padrões de interação espacial apresentados pela espécie. A hipótese inicial foi rejeitada, já que O. odorifera apresentou interações negativas de indivíduos adultos com a regeneração em distâncias curtas e interações positivas entre os indivíduos regenerantes.
The present research aimed to analyze and describe patterns of spatial interactions of natural regeneration of Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (Brazilian sassafras) in a M ixed Ombrophyllous Forest (Araucaria Forest) located in the Irati National Forest, Southern Brazil. The hypothesis in this paper is that there is no evidence in spatial associations about the occurrence of interactions among individuals of these species. We sampled three plots of one hectare each, collecting height, diameter and location data for all Brazilian sassafras individuals with total height ≥ 30 cm. Bivariate analyzes using K12 -function of Ripley were performed to describe the spatial interactions of individuals of this species between different sizes. Thus, we expected that the pattern of spatial interaction presented by the trees in two-dimensional space indicate attraction or repulsion between categories. In plants, individuals of the same species have the same needs and tend to compete to obtain resources. However, the theory also supports positive interactions, or facilitation. We discuss some inferences about the phenomena that should be related to the spatial interaction patterns presented by Ocotea odorifera. We rejected the initial hypothesis, since O. odorifera presented negative interactions of adults with seedlings over short distances and positive interactions between the seedlings.