Este trabalho baseia-se nas avaliações, feitas por BARTH (1989) e TOY e GRIFFITH (2001), sobre a recuperação ambiental de áreas mineradas no Brasil. Segundo esses autores, o planejamento a longo prazo é pouco vislum- brado por parte das empresas em seus programas de recuperação. Assim, este trabalho teve por objetivo explicar que esse fato pode estar ocorrendo devido a uma questão institucional - a regulação ambiental brasileira é muito abrangente, pouco sistematizada e dispersa entre os vários órgãos ambientais. Para isso, foram elaborados três capítulos. No primeiro, discute-se o que é planejamento, relatando sua importância na recuperação ambiental. O segundo avalia três situações distintas de exploração mineral sob a ótica dos direitos de propriedade, com o objetivo de mostrar como a presença do proprietário influencia o processo da recuperação ambiental. O terceiro tem por objetivo explicar, por meio de modelagem sistêmica, como as estruturas dos pilares institucionais (SCOTT, 1995), especialmente o regulativo, podem estar influen- ciando a forma com que as empresas adotam posturas ambientais, afetando, assim, a ocorrência do planejamento a longo prazo. Como metodologia, foram abordados: o pensamento sistêmico, o modelo de HOFFMAN (1997) para a evolução do ambientalismo empresarial e as posturas empresariais em relação ao meio ambiente, identificadas por SANCHES (1997). O resultado, na forma de um diagrama, mostra que a opção de se adotar ou não um planejamento a longo prazo na recuperação ambiental depende tanto de uma interação sistê- mica entre as ações organizacionais e as institucionais quanto da forma com que as empresas se posicionam perante as questões ambientais.
This study is based on evaluations done by BARTH (1989), and TOY and GRIFFITH (2001), for environmental reclamation of mined lands in Brazil. According to these authors, long-term planning is little considered in corporate reclamation programs. This study therefore has the objective of explaining that this might be due to an institutional matter – Brazilian environmental regulations are very broad, little systematized and dispersed among various agencies. This is investigated in three chapters: the first discusses the meaning of planning and links its concept to environmental reclamation. The second evaluates three distinct situations of mining according to designation of property rights, intending to show that the presence of the property owner has an influence on the environmental reclamation process. The third uses systems modeling to explain how the structures of institutional pillars (SCOTT, 1995), especially the regulative, influence the way that corporations adopt environmental postures, thereby affecting long term planning. The methodology draws upon systemic thinking, the model of HOFFMAN (1997) to explain the evolution of corporate environmentalism and the corporate postures in relation to the environment as identified by SANCHES (1997). The result, expressed as a diagram, shows that the option of adopting or not long-term planning in environmental reclamation depends as much on an systemic interaction among organizational and institutional actions as it does upon the way corporations position themselves when confronted by environmental matters.