Este trabalho teve como objetivo estudar o potencial de aproveitamento das cascas de Eucalyptus citriodora, Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla e Eucalyptus pellita como fontes de taninos para a produção de adesivos, por serem os taninos de natureza fenólica e passíveis de reação com o formaldeído. A partir dessas três espécies, foi determinado o rendimento gravimétrico em sólidos totais, taninos e não-taninos, com 1, 3, 5, 7 e 9% de Na2SO 3 na água de extração a 100°C por três horas. Observou-se que o maior rendimento em taninos foi o de Eucalyptus citriodora e que, com o aumento da concentração de sulfito, houve aumento na extração de substâncias não tânicas, não ocorrendo na mesma proporção o aumento na extração de taninos. Antes da produção dos adesivos, os taninos passaram por modificação química prévia (sulfitação) para diminuir sua viscosidade, já que os extratos brutos possuem elevada viscosidade. Os adesivos foram preparados com uma parte de taninos sulfitados, 6% de paraformaldeído, 5% de extensor e 5% de carga. Para testar a qualidade dos adesivos, foram coladas lâminas de pinheiro brasileiro e realizados testes de resistência mecânica ao cisalhamento por tração, sob condição seca e úmida. Também foi determinada a percentagem de falha na madeira, sob condição seca e úmida. Tais resultados foram comparados ao desempenho de lâminas coladas com adesivo fenólico convencional. Foi observado que a resistência tanto da madeira seca quanto da úmida foi igual à apresentada pelo adesivo comercial, quando as lâminas foram coladas com adesivos de taninos de Eucalyptus pellita extraídos com 1% de sulfito. O restante foi inferior ao adesivo fenólico não só em relação à resistência seca e úmida, mas também quanto a falhas na madeira.
The objective of this work is to investigate the use potential of Eucalyptus citriodora, Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla and Eucalyptus pellita barks as a source of tannins to produce adhesive formulations, since these compounds are phenolic and react with formaldehyde. From the three species, the gravimetric yield in total solids, tannic and non-tannic compounds was determined, with 1, 3, 5, 7, and 9% of Na2SO 3 in the water of extraction at 100°C for three hours. The greater yield in tannins occurred with Eucalyptus citriodora; the increase in sulphite concentration caused an increase in extraction of non-tannic compounds, and the increase in extraction of tannins did not occur in the same proportion. Before the production of adhesives, the tannins suffered a previous chemical modification (sulphitation) to decrease their viscosity, which is high in crude extracts. Adhesives were prepared with one part of sulphited tannins, 6% of paraformaldehyde, 5% of extender, and 5% of filler. To test their quality, veneer sheets of Brazilian Pine (Araucaria angustifolia) were glued together, and tests of mechanical resistance to shearing by tension under dry and moist conditions were carried out. Also the percentage of wood failures under dry and moist conditions was determined. The results were compared with those of veneers glued with conventional phenolic adhesive. The resistance of both dry and moist veneers was observed to be equal to that presented by the commercial adhesive, when the veneer sheets were glued with adhesives made of Eucalyptus pellita tannins extracted with 1% of sulphite. The rest of the adhesives was worse than the phenolic adhesive both in regards to dry and moist resistances and to wood failures.