Deve-se reconhecer que, quando provocarem substituição e,ou fragmentação de hábitats nativos, os plantios florestais estarão contribuindo para acelerar taxas de extinção de populações e conseqüentemente de espécies, dada as perturbações criadas. Em reconhecimento a esses aspectos negativos, grande parte das empresas brasileiras de base florestal tem procurado melhorar, sob o prisma ambiental, o desempenho de tecnologias de plantio, condução e colheita. Em sintonia com essa preocupação, esse trabalho foi conduzido com o objetivo de conhecer a situação atual da fauna silvestre em empresas florestais brasileiras, no caso filiadas à Sociedade de Investigações Florestais (SIF), em termos da infra-estrutura disponibilizada e das técnicas de conservação e manejo, uma vez considerado que a presença de animais autóctones em projetos florestais apresenta caráter bioindicador. Para tanto, foram pesquisas 42 empresas brasileiras que possuem plantios florestais próprios, sendo 22 denominadas Associadas e 20 Co-Participantes. As informações foram obtidas com base em questionário enviado às mesmas, via correio eletrônico, sendo as respostas obtidas também por este mecanismo. Dentre os vários resultados obtidos, destaca-se o fato de que 20 (90,9%) das 22 empresas Associadas já realizaram levantamentos qualitativos da fauna silvestre, enquanto apenas nove (45,0%) das 20 empresas Co- Participantes assim procederam. Por outro lado, apenas 15 (68,2%) e 5 (25,0%) das empresas Associadas e Co-Participantes realizaram estudos quantitativos, respectivamente, o que permite projetar que muitas terão dificuldades para manejar o recurso faunístico, dada a ausência de informações sobre os estoques opulacionais. Em termos conclusivos, verificou-se que, de modo geral, há notória carência de infraestrutura nas empresas pesquisadas para atender especificamente trabalhos de manejo e conservação da fauna silvestre. De outra parte, como dado auspicioso, registrou-se que é prática comum nas empresas Associadas a adoção das seguintes técnicas: interligação de fragmentos vegetais; conservação de faixas de vegetação nativa junto à floresta de produção; plantio de enriquecimento nas reservas nativas; programa de educação ambiental para públicos interno e externo; apoio à fiscalização por parte dos órgãos competentes; e controle integrado de pragas e doenças.
Disturbances due natural habitat replacement and fragmentation by commercial forest plantations augment extinction rates for wildlife populations and, consequently, for species. Many Brazilian forest companies have acknowledged these negative aspects, and they have been attempting to improve the environmental performance of their planting, growing and harvesting
technologies. Bearing this in mind, we studied the current situation of wildlife programs in Brazilian forest companies affiliated with the Society of Forestry Research (SIF). Aware that the presence of autochthonous animals in forestry projects serves as a bioindicator, we inventoried infra-structure available for wildlife programs and assessed conservation and other management techniques used by these companies. We investigated the situation of 42 Brazilian firms (22 Associate Companies and 20 Co-Participant Companies) that have forest plantations. Information was obtained through a questionnaire sent to and received from the companies by e-mail. Among the results, we call special attention to the fact that 90.9% of the Associate Companies had already carried out qualitative surveys on wild fauna, whereas only 45.0% of the Co-Participant Companies had done so. On the other hand, only 68.2% of the Associates and 25.0% of the Co-Participants had done quantitative studies, leading us to conclude that many of them will face difficulties in manipulating fauna resources due to lack of information on population stocks. In general, we observed a notorious lack of infra-structure in the surveyed companies needed to specifically assist conservation and other wildlife management projects. However, we auspiciously observed that the following techniques are commonly dopted by Associate Companies: interconnection of plant community fragments, conservation of natural vegetation strips next to production forest plantations, enrichment plantings within natural forest reserves, environmental education programs for both staff and general public, surveillance support by qualified agencies, and integrated control of predators and diseases.