O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da adição do extensor (farinha de trigo) e da carga (farinha de babaçu) nas propriedades do adesivo à base de uréia-formaldeído e na qualidade de painéis compensados produzidos com lâminas de madeira de Pinus elliottii e Schizolobium amazonicum (paricá). Foram produzidos 96 painéis compensados constituídos de 3 lâminas, sendo 48 produzidos com madeira de Pinus elliotti e 48, com madeira de Schizolobium amazonicum, com 3 repetições. Para a colagem dos compensados, utilizou-se o adesivo uréia-formaldeído, na gramatura de 250g/m², ao qual foram adicionados extensor e carga nas proporções de 0, 10, 20 e 30% em partes por peso do adesivo. Utilizou-se o sulfato de amônio como catalisador, na proporção de 1,5% sobre a massa seca de sólidos resinosos. Determinaram-se as seguintes propriedades dos adesivos: viscosidade, teor de sólidos, tempo de gelatinização, tempo de trabalho, massa específica e pH; os parâmetros cinéticos foram obtidos através da técnica de calorimetria diferencial exploratória (DSC). As propriedades físicas e mecânicas dos painéis compensados foram determinadas de acordo com as normas ABNT NBR 9486/86 (modificada), NRB 9535/86 (modificada), NBR ISO 12466-1:2006, NBR 9533/86 e ASTM D 1084-97. Os resultados mostraram que os painéis de S. amazonicum apresentaram menores valores de inchamento em espessura, e valores médios de resistência ao cisalhamento, nas condições úmida e seca, superiores aos encontrados para os painéis de P. elliottii. A presença de aditivos na formulação do adesivo alterou as propriedades físico-químicas das reações de cura do mesmo. A farinha de babaçu considerada, inicialmente, como um material inerte, apresentou propriedades semelhantes às da farinha de trigo. E contribuiu para o aumento do módulo de elasticidade dos painéis de P. elliottii. Concluiu-se que é viável, tecnicamente, a produção de painéis compensados de Pinus elliottii e Schizolobium amazonicum com adição de até 30% de farinha de trigo e/ou de farinha de babaçu ao adesivo de uréia-formaldeído.
The objective of this study was to evaluate the effect of the addition of extender (wheat flour) and filler (babaçu flour) on urea-formaldehyde adhesive properties and on quality of plywood manufactured with Pinus elliottii e Schizolobium amazonicum (paricá) veneers. Ninety six three-layer plywood were produced, being forty eight produced with Pinus elliottii wood and 48 with Schizolobium amazonicum wood, with 3 replicates. Adhesive amout of 250g/m² were used to glue the plywood venners. Also, 0, 10, 20 and 30 parts of extender and/or filler per weight of the adhesive were added. Ammonium sulfate was used as catalyst, in the proportion of 1.5% on dry weight of solid content. The following properties of the adhesive were determined: viscosity, solid content, gel time, working life, density, pH and the kinetic parameters obtained by the technique of differential scanning calorimetry (DSC). The plywood physical and mechanical properties were determined in accordance with this Standards: ABNT NBR 9486/86 (modified), NRB 9535/86 (modified), NBR ISO 12466- 1:2006, NBR 9533/86 and ASTM D1084-97. The results showed that S. amazonicum plywood presented lower values of thickness swelling and average values of shear strength (wet and dry) above those found for the P. elliottii panels. The presence of additives in the formulation of the adhesive changes the physicochemical properties of the reactions of curing of the adhesives. The babaçu flour, considered, initially, as an inert material, showed similar properties to wheat flour. It contributed to increase modulus of elasticity of the P. elliottii panels. In general, the production of Schizolobium amazonicum and Pinus elliottii plywood is feasible with the addition of up to 30% of wheat and/or babaçu flour on urea-formaldehyde adhesive.