Espécies do complexo Ceratocystis fimbriata sensu lato (s.l.) são importantes patógenos de um grande número de plantas arbóreas e herbáceas, com destaque para a cultura do eucalipto. A doença causada por C. fimbriata, denominada murcha-de-ceratocystis, é considerada emergente e de difícil controle por se tratar de um patógeno vascular e com ampla gama de hospedeiros. A principal forma de controle da doença é feita pelo plantio de material resistente, mas a possível variabilidade na população do patógeno pode comprometer a seleção de genótipos resistentes. Neste trabalho, avaliou-se a variabilidade patogênica de isolados de C. fimbriata obtidos de plantas de Eucalyptus spp. no Brasil. Foram inoculados dez isolados do fungo em dez clones comercias de Eucalyptus spp. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial composto de dois fatores (clone X isolado), com quatro repetições. Aos 60 dias após a inoculação, avaliou-se o comprimento de lesão no lenho em relação a altura da planta (% de tecido doente). Os isolados apresentaram variabilidade patogênica, diferenciando em vários níveis de agressividade. Os isolados ANG1 e PT15 foram os menos agressivos, causando infecções em apenas um clone. Os isolados RM35 e PT12 foram os mais agressivos, sendo que o primeiro foi capaz de infectar oito dos dez clones inoculados. Os demais isolados tiveram valores intermediários e variaram a agressividade de acordo com o clone avaliado. Os clones 386 e A06 foram os mais resistentes, enquanto 1172 e 1288 os mais suscetíveis. Esses clones altamente resistentes e altamente suscetíveis podem ser utilizados como comparadores nos experimentos de inoculação controlada e no campo. O resultado do presente trabalho permite concluir que existe variabilidade patogênica na população de C. fimbriata de Eucalyptus spp. e que os isolados mais agressivos são recomendados para as inoculações artificiais visando a seleção de genótipos resistentes à doença.
Species of the complex Ceratocystis fimbriata sensu lato (sl) are important pathogens of a large number of woody plants and herbs, especially the cultivation of eucalyptus. The disease caused by C. fimbriata, called Ceratocystis wilt, is considered an emerging disease and difficult to control because it is a vascular pathogen with wide host range. The main way for disease control is done by planting resistant material, but the possible variability in the pathogen population may affect the selection of resistant genotypes. In this study, we evaluated the agressivity of isolates of C. fimbriata obtained from Eucalyptus spp. in Brazil. Ten isolates were inoculated in ten commercial clones of Eucalyptus spp. The experiment was conducted in a randomized design in factorial composed of two factors (clone X isolate) with four replications. At 60 days after inoculation, we evaluated the length of lesion in the wood in relation to height (% of diseased tissue). The isolates presented pathogenic variability, differing at various levels of aggressiveness. The ANG1 and PT15 isolates were less aggressive, causing infections in just one clone. The isolates RM35 and PT12 were the most aggressive, while the first was able to infect eight of the ten clones inoculated. The remaining isolates had intermediate values and aggression varied according to clone evaluated. Clones 386 and A06 were the most resistant, while 1172 and 1288 the most susceptible. These clones highly resistant and highly susceptible can be used as comparators in controlled experiments and field inoculation. The result of this work shows that there is variability in the population of C. fimbriata in Eucalyptus spp. and that the most aggressive isolates are recommended for artificial inoculations to select disease resistant genotypes.