O presente trabalho teve por objetivo contribuir na compreensão do manejo florestal sustentável de produtos florestais não madeireiros (PFNM), além de analisar a viabilidade da produção de frutos de jatobá no sul goiano que atenda às premissas de sustentabilidade no uso desse recurso. Foram mapeadas 3.913 árvores do gênero Hymenaea nos estados (MG, GO, ES e BA) e coletadas variáveis dendrométricas de 664 árvores. Foram feitos ajustes de equações hipsométricas e estimativas de volume, biomassa e carbono estocado por árvore, para cada região. O modelo hipsométrico que melhor se ajustou aos dados foi Ht= b0.e b1 dap e a Macrorregião de Campestre de Goiás - GO foi onde se obteve maiores médias de volume (3,190m3), biomassa acima do solo (1,666 ton), estoque de carbono (0,833 ton) e CO2 (3,057 ton) por árvore. Foram calculados os custos de produção da semente e farinha do jatobá. A partir do custo de produção (R$54,06) e preço de venda (R$ 67,58), foram feitas análises de viabilidade econômica de plantios de jatobá e de implantação de uma Agroindústria Rural de Pequeno Porte (ARPP) na Macrorregião de Campestre de Goiás. Os estudos mostraram, a partir dos critérios de avaliação econômica utilizados (VPL, TIR, B/C e VAE), que há viabilidade na utilização dos frutos em ambos os cenários, desde que as práticas de manejo e estratégias de conservação fomentem a produção sustentável, provendo recursos econômicos enquanto promove, simultaneamente, a conservação dos recursos genéticos do jatobá. Existem regras gerais referentes à comercialização de produtos florestais nativos que abordam os PFNM, porém, não existe uma legislação específica para o manejo dos PFNM que atenda todas as espécies, produtos e usos, sendo necessária a criação de regulamentação específica. Quanto às políticas públicas, são várias as iniciativas governamentais, mas ainda assim falta clareza na diferenciação entre PFNMs e produtos madeireiros englobados, além de outros entraves existentes como ausência da regularização fundiária, dificuldade de acesso a linhas específicas de crédito, reduzida escala de produção e a precária infraestrutura para garantir o beneficiamento dos produtos florestais.
The objective of the present work was to contribute to the knowledge of the sustainable management of non timber forest products (PFNM), and to analyse the viability of production of Hymenaea spp pods (fruits) in the Southem Goias State that fulfill the requirements of the sustainability use of this resource. A total of 3.913 trees of the genus Hymenaea were mapped in the States of MG, GO, ES and BA and variable dendrometrical data were collected from 664 trees. Adjustments were made on the hypsometric equations and estimates of volume, biomass and carbon stock per tree, for each region, were made. The hypsometric model that best adjust to the collected data was Ht= b0.e b1 dap and the Macrorregion Campestre de Goiás-GO was the site were the greatest means of volume (3.190 m3), biomass above the soil (1.666 t) carbon stock (0.833 t) and CO2 (3.057 t) per tree were found. The production costs of the seeds and flower of Hymenaea spp. were calculated. From the production costs (R$54.06) and sale price (R$ 67.58) the economical viability analyses of planting and establishment of a “Agroindustria Rural de Pequeno Porte (ARPP)” (Small Rural Agricultural Industry) in the Macrorregion Campestre de Goiás. The studies showed that, from criteria of economic evaluation used (VPL, TIR, B/C and VAE), it is viable to use the fruits in both situations, if the management practices and conservation strategies encourage the sustainable production, providing economic resources while promoting, simultaneously the conservation of the Hymenaea spp. genetic resources. There are general rules related to the commercialization of native forest products that are mention the PFNM, but there is no specific legislation in the management of the PFNM that cover all the species, products and uses, and it is necessary to create specific rules. As for the public policies, there are several governmental acts, but they are not clean enough to differentiate the PFNMs and timber products included, and there are other problems, such as the absence of fundiary normatization, difficult access to specific credit lines, a low production rate and a poor infrastructure to warrant the forest products’ processing.