Resumo:
O inseto-praga do eucalipto “psilídeo-de-concha”, Glycaspis brimblecombei (Hemiptera: Psyllidae), vem causando grande preocupação ao setor florestal brasileiro, principalmente em áreas com Eucalyptus camaldulensis, mais susceptível ao ataque. Estratégias voltadas ao controle químico do inseto ainda apresentam custos elevados e problemas relacionados ao registro de produtos autorizados para uso por empresas certificadas internacionalmente, o que tornam as estratégias de controle biológico promissoras em curto prazo. O parasitóide Psyllaephagus bliteus (Hymenoptera: Encyrtidae), que parasita preferencialmente as ninfas de 3º e 4º instares do psilídeo, vêm sendo uma estratégia de controle disponível no momento, demandando criação massal em laboratório para liberações em áreas infestadas. Entretanto,em laboratório, ainda é difícil a identificação de períodos mais propícios ao aumento da quantidade de hospedeiro-praga, a partir da disponibilidade de ninfas de tamanhos preferenciais ao parasitismo, considerando a possibilidade de criação de diferentes populações iniciais da praga e de momentos diferenciados à introdução do parasitóide nas gaiolas com plantas infestadas. Este é um dos principais fatores que vem limitando porcentagens maiores de parasitismo. Nesse contexto, as técnicas de simulação de sistemas computacionais seriam de grande auxílio no acompanhamento da dinâmica populacional das diferentes fases de desenvolvimento da praga, ao permitirem observar períodos mais favoráveis à liberação do agente biológico nas gaiolas. Este trabalho apresenta considerações sobre o simulador computacional elaborado para acompanhar a dinâmica populacional do psilídeo-de-concha, que permitiu identificar períodos mais propícios ao aumento do hospedeiro-praga em ínstares preferenciais ao parasitóide, subsidiando estratégias de sua criação em laboratório, para posterior infestação pelo parasitóide em momentos mais adequados. As infestações iniciais mais propícias ao aumento do hospedeiro-praga foram encontradas nas proporções de 20 fêmeas: 80 machos e 60 fêmeas: 40 machos. Estas resultaram em populações de 286,61 e de 215,0 ninfas de 3º e 4º instares, respectivamente, ambas encontradas no 18º dia pós-infestação dos adultos da praga nas gaiolas de criação. Observou-se também a presença de ninfas preferenciais entre o 16º e 21º dias pós-infestação das plantas no interior das gaiolas.