Resumo:
Este trabalho teve como objetivo abordar os principais efeitos dos nutrientes na ocorrência de doenças fúngicas, com ênfase para o eucalipto. As deficiências e excessos nutricionais alteram as estruturas anatômicas como também as propriedades bioquímicas, diminuindo assim a resistência das plantas ao ataque de fungos patogênicos. As principais mudanças anatômicas e bioquímicas que aumentam a severidade e a incidência de doenças são: paredes celulares e cutículas mais finas; acúmulo de compostos solúveis como açúcares simples e aminoácidos; menor suberização, silificação e lignificação dos tecidos; menor síntese e acúmulo de compostos fenólicos e maior abertura ou mais tempo aberto dos estômatos. O silício é um elemento que proporciona aumento da resistência das plantas ao ataque de patógenos. Outros nutrientes que estão mais fortemente relacionados com a ocorrência de doenças são: potássio, cálcio, boro, cobre e manganês. Em relação à ferrugem do eucalipto, os resultados preliminares mostram que tanto a deficiência de boro como o excesso de manganês aumentaram a severidade da doença. A deficiência de boro em E. citriodora também aumenta a agressividade de Botryosphaeria ribis e Lasiodiplodia theobromae. A agressividade de Rhizoctonia solani pode ser favorecida pelo baixo nível de cálcio em mudas de eucalipto. A deficiência de nitrogênio e fósforo em mudas rustificadas pode favorecer a infecção por Phaeoseptoria eucalypti. A deficiência de Zn pode favorecer a incidência de Phytophthora. O excesso de nitrogênio nas condições de viveiro e minijardim clonal pode aumentar a severidade de doenças como ferrugem (Puccinia psidii), mofo cinzento (Botrytis cinerea) e Oídio (Oidium spp.).