Resumo:
Durante os últimos anos vem ocorrendo expansão na área das florestas plantadas no Brasil, atingindo o patamar de 6.310.000 hectares, que corresponde a aproximadamente 0,7% do território nacional, com destaque para algumas espécies do gênero Eucalyptus. No entanto, mediante a preocupação global com invasões biológicas por espécies exóticas, faz-se necessária a avaliação do risco de que espécies de eucalipto venham a invadir ecossistemas naturais a partir dos talhões de cultivo. Esta avaliação foi o objetivo do presente estudo, em diferentes regiões, com Eucalyptus grandis, E. urophylla, puros ou híbridos entre as duas espécies. O levantamento foi realizado em 18 áreas, localizadas em diferentes estados brasileiros com tradição florestal (MG, SP, RS e ES), sendo avaliada a regeneração em situações distintas: dentro da área de plantio (talhão), no carreador e em diferentes distâncias do plantio comercial (até 200 m), ocupada por pastagem ou por vegetação nativa. Observou-se que em 90% das parcelas analisadas fora das áreas de cultivo não ocorrem plantas ou plântulas de eucalipto. No entanto, plântulas de eucalipto foram observadas em 29% das parcelas dentro dos talhões comerciais (densidade média de 37 plântulas por hectare) e em 40 % das parcelas localizadas nos carreadores (157 plântulas por hectare, em média), mas não foram observadas plantas adultas oriundas da regeneração natural. Com este levantamento foi verificado que plântulas das espécies de eucalipto estudadas raramente são encontradas fora dos talhões de cultivo. Dentro dos talhões ou nos carreadores as espécies podem germinar, mas aparentemente as plântulas não se estabelecem. Considera-se baixo, portanto, o potencial de invasão pelo eucalipto por meio das sementes produzidas nos plantios comerciais.