Resumo:
“Cumaru” é o nome brasileiro de uma semente (fava), provida de cheiro forte e característica, empregada na perfumaria e medicina, além de ser exportada. O cumaru ou cumbaru é uma leguminosa árvores pertencente ao gênero Comarouna. Ocorre em grande amplitude ecológica, principalmente nos cerrados e ainda nas regiões Norte e Nordeste do país. Parece não ter despertado ainda a atenção dos pesquisadores, dada a pouca literatura encontrada a respeito. O gênero Coumarouna Aublet reúne várias espécies segundo DUCKE (1949), sendo 9 espécies ocorrendo na Amazônia, 2 espécies no Brasil Central e Nordeste e 2 espécies na América Central. Todas as espécies são arbóreas, sendo que algumas apresentam notável beleza quando suas copas estão cobertas de flores. A espécie C. alata é de porte baixo e ocorre nos campos cerrados e campos secos da região Oeste de Minas Gerais, Centro e Sul de Mato Grosso e Goiás. Segundo DUCKE (1939), estende-se até o Maranhão e Piauí. DUCKE (1949) esclarece a inconveniência que existe em reunir os gêneros Coumarouna e Taralea em um só gênero Dipteryx Schreber. Os dois gêneros apresentam grandes semelhanças nas folhas e flores, mas divergem na estrutura física e, principalmente, pelos frutos indeiscentes e drupáceos em Coumarouna, porém bivalvados e deiscentes em Taralea. O gênero Coumarouna no Brasil divide-se em dois grupos naturais: - Cumaru verdadeiro - Cumaru com sementes inodoras O cumaru verdadeiro representa quatro espécies do gênero Coumarouna Aublet ou Dipteryx Schreber, segundo DUCKE (1948). São elas: C. alata, C. rósea, C. punctata e C. trifoliata, Caracterizando-se pela forma do cálice coriáceo, sementes ricas em cumarina (quando velhas) e folhas 2 a 6 folioladas. São árvores com madeira dura e pesada. Suas flores são, na maior parte, róseas e muito perfumadas e as sementes oleosas e com cheiro de cumarina. Os frutos são todos drupáceos e indeiscentes com pericarpo oleoso e aromático. As espécies com sementes inodoras formam um outro grupo dentro do mesmo gênero botânico, apresentando asas petalóides do cálice membranoso e folhas com 4 a 14 folioladas. Neste grupo estão incluídas: C. férrea, C. alata, C. magnífica e C. polyphyla. Rizzini & Heringer, citados por FILGUEIRAS & SILVA (1975), recomendam o cumaru (principalmente o C. alata) para reflorestamento, pela larga amplitude ecológica e velocidade de crescimento. A formação das mudas é limitada pela dificuldade de germinação das sementes, devido à impermeabilidade do invólucro do fruto. O presente trabalho tem como objetivo estudar a quebra da dormência externa dos frutos, visando facilitar e uniformizar a germinação.