Resumo:
O artigo trata do papel estratégico, de longo prazo, das fontes renováveis não somente no contexto mundial, mas sobretudo no contexto nacional, pois o Brasil apresenta vantagens comparativas na produção dessas fontes. Faz-se, inicialmente, uma crítica ao peso relativo da energia dominante na oferta de energia e apresentam-se as estratégias adotadas por diversos países para atravessar as crises do petróleo, bem como os reflexos dessas estratégias nas matrizes energéticas dos países. Quando se analisa o longo prazo, é importante observar a evolução dos custos das diversas fontes, verificando se as curvas de custos se cruzam em algum momento. Os custos são função da capacidade instalada e são menores para tecnologias maduras (fontes tradicionais), embora os custos de tecnologias infantes se reduzam muito mais rapidamente do que os das tecnologias maduras. A análise não se restringe apenas à comparação de custos. Apontam-se, ainda, alguns benefícios socioeconômicos gerados pelas fontes renováveis. Apesar desses benefícios, há uma série de barreiras à entrada de novas tecnologias no mercado. Foram destacados os programas governamentais desenvolvidos na Europa e no Brasil para promover as fontes renováveis. A atuação do BNDES no financiamento dessas fontes é também enfatizada. Em conclusão, são levantados alguns pontos que deveriam ser observados atentamente na fase de elaboração de programas de governo, no intuito de que o financiamento contribua de forma mais efetiva à promoção de fontes renováveis no país.