Resumo:
No Brasil, o Inventário Florestal Contínuo é uma das formas de inventário mais utilizadas para acompanhar o crescimento da floresta. Nele são utilizadas parcelas permanentes, instaladas quando os povoamentos atingem dois ou três anos, que são remedidas sistematicamente em períodos que variam de um a dois anos. Contudo, tem-se observado que alguns erros podem estar associados aos inventários convencionais, tais como viés na mensuração de diâmetros e de alturas, erro na manipulação dos dados, erro na medição de área das parcelas e, principalmente, erros associados ao procedimento de amostragem, que variam em relação à variável dendrométrica analisada, sendo maior para a variável número de árvores por hectare. Esses erros levam à diminuição da qualidade dos dados obtidos, refletindo na imprecisão dos modelos de crescimento e produção e, consequentemente, no planejamento. Todavia, os erros de amostragem só podem ser resolvidos se for realizado o censo na área. Muitos avanços têm sido realizados com o objetivo de aumentar a precisão do sistema de amostragem. Utilizando-se bases da estatística clássica podem-se citar a estratificação de povoamentos e a sistematização na distribuição das parcelas, porém, devendo respeitar o critério fundamental da estatística, que é a casualização. Apesar de todos esses esforços, nos inventários florestais tradicionais ainda estão embutidos erros de atualização da base cartográfica, existência de falhas, ocorrência de pragas, doenças e manchas de solos em reboleiras e variações no espaçamento ao longo do plantio. A utilização de sensores remotos muito tem contribuído para melhorar o conhecimento do tamanho e da forma do plantio, por meio da geração de mapas, assim como para a estratificação dos povoamentos pelo uso de imagens de alta resolução advindas de sensores passivos. Apesar de promissores, estes sensores passivos apresentam limitação quanto à visada da área de interesse em situações em que ocorre a presença de nuvens que, em de terminadas regiões, é uma constante. A teccnologia desenvolvida com sensores ativos, tais como o RADAR e o LIDAR, pode ser empregada. Estes sensores conseguem imagear mesmo com a presença de nuvens, sendo, então, muito utilizados na quantificação de biomassa, já que também conseguem penetrar no estrato arbóreo até atingir o solo. Dessa forma, o desenvolvimento de novas técnicas e a validação de diversas linhas de pesquisas com o LIDAR no Brasil podem, com o passar do tempo, motivar o uso desta tecnologia no setor florestal. Sendo assim, este trabalho foi realizado com o objetivo principal de desenvolver e aperfeiçoar técnicas utilizando dados LIDAR para contar árvores em povoamentos de Eucalyptus sp., no intuito de gerar novas variáveis para se diminuir a intensidade amostral, assim como o erro de estimativa do inventário florestal para estes plantios de Eucalyptus sp.