Resumo:
A acácia-negra é uma espécie florestal que foi introduzida no Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, na década de 30. Atualmente, com uma área plantada de aproximadamente 100.000 ha, envolve cerca de 10 mil pequenos produtores rurais (Higa & Dedecek, 1999), compondo um dos maciços florestais daquele Estado, onde desempenha importante papel sócio-econômico para as pequenas propriedades rurais (Fleig, 1993). O rápido crescimento da acácia-negra, associado ao aproveitamento integral da madeira, torna essa espécie ideal para reflorestamento e para utilização industrial. Sua contribuição aos mais variados segmentos econômicos e industriais é ampla, tanto pelo aproveitamento da casca para extração do tanino (a casca possui cerca de 28% de tanino), quanto pelo uso da madeira para diversos fins, tais como a fabricação de papel e celulose, chapas de aglomerados, carvão e lenha. No Brasil, é plantada principalmente para produção de tanino. Um dos principais problemas da acácia-negra é a doença conhecida como gomose de Phytophthora sp. (Santos et al., 1998). Os sintomas ocorrem no tronco e se caracterizam por lesões necróticas na casca, chegando a atingir o lenho. A abundante exsudação gomosa é o sintoma mais característico dessa doença, que é facilmente confundido com outros problemas, uma vez que o tronco da acácia-negra exsuda goma quando lesionado por ação tanto biótica quanto abiótica. Assim sendo, embora a lesão exsudativa seja o tipo de sintoma mais característico da gomose de Phytophthora, essa não é uma característica exclusiva como indicadora da associação Phytophthora-acácia. Portanto, este trabalho tem o objetivo de discutir aspectos relacionados à gomose de Phytophthora e aos de outros tipos de problemas associados à acácia-negra e que tenham a exsudação de goma como parte de seu quadro sintomatológico, de maneira que se possam elucidá-los, para facilitar a sua identificação no campo.