A dinâmica do componente arbustivo-arbóreo foi investigada em uma floresta de galeria aluvial em Poços de Caldas, Minas Gerais, entre os anos de 1998 e 2005. A hipótese de trabalho foi a de que as taxas de dinâmica das florestas de galeria aluviais são inferiores a outras formações florestais ripárias tropicais. Além disso, analisou-se se as inundações periódicas geram variação espacial na dinâmica no sentido Rio-Borda e também em qual estágio do ciclo silvigenético encontra-se a floresta. A amostragem foi composta de 101 parcelas de 10 × 10 m, distribuídas em 5 blocos ao longo de, aproximadamente, 8 km de extensão da floresta de galeria do rio das Antas. Cada bloco foi dividido em 3 setores (Rio, Interior e Borda). Foram calculadas taxas de mortalidade e recrutamento de indivíduos e taxas de perda e ganho em área basal para a amostra total, para os cinco blocos, para os três setores e para as classes diamétricas. Comparativamente a outras florestas tropicais (especialmente as ripárias), esta floresta apresentou taxas mais lentas, em termos de alterações estruturais, confirmando a hipótese prévia. Também foi detectada variação espacial no sentido Rio-Borda, tendo a Borda sido mais dinâmica, principalmente devido à maior incidência luminosa, propiciando ambiente adequado a espécies de ciclo de vida curto. Em contrapartida, a saturação hídrica no setor Borda ocasionou um menor índice de Shannon, devido ao ambiente mais restritivo a muitas espécies. Em termos estruturais, a floresta como um todo apresenta-se em um estágio de “construção tardia com autodesbaste”, porém, é difícil inferir se, futuramente, atingirá um estágio de estabilidade, visto que enchentes catastróficas podem atingir a comunidade.
The dynamics of the shrub-tree component was investigated in an alluvial gallery forest in Poços de Caldas, Minas Gerais, from 1998 to 2005. The work hypothesis was that the rates of the dynamics of the alluvial gallery forests are less than other tropical riparian forest formations. Seasonal flooding was also studied to see if it generates a spatial variation in the dynamics of going from the stream side towards the forest border, and also in which sylvigenetic cycle the forest can be placed. The sample consisted of 101, 10 by 10-meter plots that were distributed in five blocks extending approximately 8 km along the Antas River gallery forest. Each block was divided into three sectors (stream side, forest interior, and forest edge). The mortality and individual recruitment rates were calculated, plus the loss and gain in basal area for the entire sample, for the five blocks, for the three sectors, and for the diameter classes. Compared with other tropical forests, especially the riparian ones, this forest showed lower rates in terms of structural alterations, confirming the previous hypothesis. Also a spatial variation was observed in the direction of going from the stream side to the border. The forest edge is more dynamic, mainly due to the greater amount of sunlight, which supplies an adequate environment for species with a short life cycle. On the other hand, the water saturation in the edge sector showed a lower Shannon index, due to the more restrictive environment for several species. The overall forest presents itself in structural terms as being in a “late construction stage, with occurrence of self-thinning”. However, it is difficult to infer if a stable stage will be reached in the future because of the catastrophic floods that can affect the community.