A preocupação em produzir madeira clear de Pinus spp teve início no Brasil apenas há cerca de 30 anos, enquanto em outros países é uma atividade comum há muito tempo. A madeira das primeiras plantações podadas de Pinus vem sendo colhida nos últimos anos. Contudo em cada região existem peculiaridades quanto ao procedimento da poda, regime de desbastes e qualidade do sítio, afetando diretamente o crescimento das árvores e a quantidade de madeira livre de nós produzida ao final da rotação. A expectativa de preço para esse produto é de valor igual ou superior a 100% do valor da madeira do mesmo sortimento, sem poda. Porém, frente à crescente produção de chapas de partículas e outras mudanças do mercado, os preços de madeira clear vêm diminuindo, chegando a valores próximos ao da madeira não podada. Um dos objetivos deste trabalho foi quantificar o volume clear potencial e efetivo gerado em toras podadas. Outro objetivo foi definir o preço mínimo a ser cobrado pela madeira podada para que fosse alcançado o mesmo resultado econômico de um talhão não podado, considerando os custos da poda e a produtividade em volume comercial, em cada situação. Também calculou-se o preço máximo a ser cobrado para que fosse vantajoso comprar toras podadas ao invés de adquirir lâminas clear no mercado. Considerou-se o custo de podar apenas a primeira tora, e de podar as primeiras duas toras de cada árvore. Os dados provêm de oito talhões nas regiões de Jaguariaíva, Sengés e Ibaiti, no Paraná, e na região de Itapeva, em São Paulo. As idades das plantações variam entre 18 e 24 anos, sendo sete talhões de Pinus taeda e um de Pinus elliottii. Os lotes de toras foram processados em laminadoras de Sengés e Ibaiti. O processamento das toras foi eficiente, pois foi possível medir o diâmetro do núcleo nodoso ao surgimento do primeiro nó. Os resultados indicam que, em média, 52,9% do volume dos lotes de primeira tora corresponde ao volume potencialmente clear contra 50,1% obtido nos lotes de segunda tora. No entanto, 10,8% do volume dessas toras foi transformado em lâminas clear, enquanto nos lotes de talhões não podados, esse percentual não passou de 2,3%. Observou-se que a segunda tora, embora com melhor forma, apresenta menos volume que a primeira tora, tanto nos lotes podados quanto nos não podados. As árvores podadas têm melhor forma que as não podadas e alcançam, em média, 6,5% mais volume que estas últimas, para o mesmo dap e altura. Quanto ao preço, as toras podadas devem ter, com relação ao valor do mesmo sortimento não podado, um adicional mínimo de 53,9% para que seja atingido o mesmo resultado econômico de um talhão não podado, e um adicional máximo de 77% para que o comprador prefira adquirir essas toras ao invés de comprar as lâminas. Recomenda-se a poda somente da primeira tora, preferencialmente em sítios muito produtivos, frente à insegurança quanto à demanda por madeira clear. Considera-se a poda da segunda tora importante para suprir a pouca quantidade de madeira clear em talhões de produtividade baixa e média.
Brazil first began concerning about producing pine clearwood 30 years ago, even though it has been quite a common activity in other countries for several years. The wood originated from the first pruned pine plantations began to be harvested in recent years. However, the procedures used in the pruning operation vary from region to region, as well as the thinning regime and quality of the site, which directly affect the growth of the trees and the amount of knot-free wood produced at the end of the rotation. The expected price for this product is equal to or greater than 100% of the wood value for the same grade, without pruning. However, due to the increasing production of composition boards and other changes taking place in the market, clearwood prices have been decreasing, coming close to the prices of unpruned wood. One of the objectives of this study was to quantify the clearwood volumes effectively and potentially generated from pruned logs. Another objective was to establish the minimum price to be charged for the pruned wood so that the same economic result from an unpruned stand could be achieved, considering the costs of pruning and yield in commercial volume in each situation. Yet, the maximum price to be asked for was calculated in order to make it an advantage to buy pruned logs rather than buying clearwood veneer in the market. The cost of pruning only the first log and pruning the first two logs of each tree was considered. The data were taken from eight stands located in the regions of Jaguariaíva, Sengés and Ibaiti, all in Paraná State, and the region of Itapeva, in São Paulo State. The ages of the plantations range between 18 and 24 years old, seven stands being of Pinus taeda and one of Pinus elliottii. The log batches were processed in veneer companies located in Sengés and Ibaiti. The log processing was efficient, for it was possible to measure the diameter of the knotty core as the first knot was shown. The results show that on average 52.9 % of the volume of the batch from the first logs corresponds to the volume of potentially clearwood against 50.1 %, obtained in the batches containing second logs. However, 10.8 % of the volume of these logs was turned into clearwood veneer, whereas in the batches from unpruned stands, this percentage did not exceed 2.3 %. It was observed that the second log has a better shape than the first, both in pruned and unpruned batches, although the volume of the second log is smaller. The pruned trees have a better shape than the unpruned trees and they achieved, on average, 6.5 % more volume than the latter, for the same dbh (diameter at breast height) and height. Regarding the price, the pruned logs must have, in relation to the value of the same grade unpruned, a minimal additional of 53.9 %, so as the same economic result from an unpruned stand and a maximum additional of 77 % can be achieved, so that the buyer might prefer to purchase these logs instead of purchasing the veneers. It is recommended that pruning be performed only on the first log, preferably in very productive sites, due to the uncertainty about the demand for clearwood. Performing pruning on the second log is considered important to make up for the small amount of clearwood in stands of low and medium productivity.