Resumo:
Com 2.965.880 ha, o gênero Eucalyptus ocupa isoladamente a maior área plantada entre espécies florestais madeiráveis no Brasil. A maior concentração dos plantios ocorre em Minas Gerais (51,7%), São Paulo (19,4%), Bahia (7,2%), Espírito Santo (5,1%), Rio Grande do Sul (3,9%) e outros com 12,7% (SOCIEDADE..., 2004). Dentre as espécies mais plantadas no Brasil está o Eucalyptus grandis que ocupa 55% da área total com eucaliptos (HIGA et al., 2000). Várias pragas têm sido detectadas atacando E. grandis, merecendo destaque os insetos da família Psyllidae (Hemiptera). Esses insetos, de origem australiana, têm ocorrido no Brasil nos últimos dez anos (MASCHIO et al., 1997; BURCKHARDT et al., 1999). Devido a grandes áreas contínuas plantadas com eucalipto, esses psilídeos encontram facilidade para se dispersar, ocorrendo em quase todos os plantios de E. grandis. A primeira espécie detectada no Brasil, Ctenarytaina spatulata, foi descrita por (TAYLOR, 1997) e tem como hospedeiro diversas espécies de eucalipto, mas com preferência pelo E. grandis. Esses insetos se alimentam de brotações novas sugando a seiva das plantas, prejudicando o desenvolvimento, principalmente nos dois primeiros anos de plantio (COLLET, 2001). Os danos dessa praga foram observados em E. grandis, no Paraná e híbridos de E. grandis x E. urophylla, em São Paulo, com sintomas tais como: fumagina nas folhas e ponteiros, morte de ponteiros, perda de dominância apical, superbrotamento, envassouramento, quebra e diminuição do crescimento (SANTANA et al., 1999). No Brasil, os danos de C. spatulata foram estimados em casa de vegetação por SANTANA et al. (1999). Simulando estresse nutricional os autores observaram que existe uma interação entre a ação do inseto e a deficiência de Mg. Os dois fatores juntos podem causar perdas em crescimento e biomassa foliar, além de afetar o crescimento de raízes. Isolando os fatores, a presença do inseto causou uma perda de 17,36% em crescimento de diâmetro no E. grandis. O estresse hídrico é um dos fatores ambientais que podem favorecer o crescimento populacional dos psilídeos (WHITE, 1969) por aumentar as concentrações de nitrogênio na planta. SANTANA et al. (2003) simularam o estresse hídrico em plantas de E. grandis, com e sem a presença do psilídeo C. spatulata e observaram que os insetos podem causar uma perda de cerca de 20% no crescimento em altura de E. grandis. O objetivo deste trabalho foi avaliar os impactos ambientais, econômicos e sociais causados pela ocorrência da praga C. spatulata em plantios de E. grandis no Brasil.