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Maytenus ilicifolia, conhecida popularmente como espinheira-santa, é uma espécie arbórea nativa da região Sul do Brasil (CARVALHO-OKANO, 1992), que teve sua eficácia terapêutica comprovada a partir de pesquisas financiadas pela extinta CEME – Central de Medicamentos, do Ministério da Saúde (CARLINI, 1988). A maior parte dos estudos sobre a espécie restringe-se às áreas de farmacologia e farmacoquímica, pouco se relacionando com aspectos ecológicos e de manejo. Esse fato é de grande relevância, já que se trata de uma espécie cuja produção de fitoterápicos ainda depende, em grande parte, do extrativismo de populações nativas, com alta diversidade ambiental e genética. No Paraná, o cultivo da espinheira-santa, ainda em pequena escala, é praticado por produtores que vêm testando, empiricamente, espaçamentos e formas de manejo. A tendência é de ampliação das áreas de cultivo, uma vez que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária exige que o fabricante de fitoterápicos, para registro de seus produ- tos, comprove estar adquirindo matéria-prima de fornecedores em conformidade com a legislação ambiental (BRASIL, 1985; BRASIL, 2004). Para atender essa demanda, é necessária uma série de informações, dentre as quais, as que tratam sobre o sistema reprodutivo, a estrutura genética e o tamanho efetivo de populações, de modo que futuras áreas de cultivo sejam implantadas a partir de materiais genéticos selecionados em função de parâmetros qualitativos (teor de princípios ativos) e quantitativos (produção de biomassa). Neste sentido, foi implantado em Ponta Grossa, no ano de 1998, um teste de progênies com material genético de espinheira-santa coletado nos três Estados do Sul do Brasil, resultando em um banco de germoplasma para a espécie (SCHEFFER, 2001). O objetivo desse teste foi gerar informações sobre a biologia reprodutiva e a distribuição da variação genética entre as populações de espinheira-santa. Por meio do uso de marcadores isoenzimáticos e de avaliações silviculturais, foram analisadas as progênies de 44 matrizes representando 8 populações distribuídas entre os três Estados. Os resultados obtidos por Scheffer (2001) levaram a concluir que a maior parte da variação genética concentra-se dentro das populações, fato já evidenciado em outros trabalhos com a espécie (BITTENCOURT, 2000; PERECIN, 2002; STEENBOCK, 2003). Além disso, as progênies apresentaram uma variação significativa com relação à germinação e ao crescimento inicial, sugerindo a possibilidade de ganhos genéticos por meio de seleção para esses caracteres. O presente trabalho tem por finalidade apresentar características silviculturais e morfológicas selecionadas em um banco de germoplasma de espinheira-santa, cultivado em Ponta Grossa, PR, indicando populações/progênies potenciais para futuros programas de seleção da espécie. |
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