O objetivo geral deste estudo foi quantificar e modelar a biomassa e o carbono
florestal por meio de variáveis de fácil obtenção visando estimar o estoque de
carbono em plantios em áreas de restauração florestal. Para as estimativas do
estoque de carbono nas áreas de restauração, foi realizado um inventário florestal
nestas áreas, onde foram distribuídas e instaladas 53 parcelas com tamanho de 112
m2 e 125 m2, resultando em uma intensidade de amostragem de 8,28%. Os dados
para os ajustes neste estudo são provenientes de 107 árvores plantadas entre os
anos de 1970 e 2001 situadas nos municípios de Assis e Tarumã no Estado de São
Paulo. Em todas as árvores foram mensuradas as variáveis independentes DAP
(diâmetro a altura do peito) e h (altura total). Cada árvore foi derrubada e dividida
nos compartimentos fuste, galhos, folhagem, casca e raízes, os quais tiveram seus
pesos verdes obtidos in loco. Em cada compartimento foi retirada uma amostra para
determinação da biomassa seca e do carbono orgânico. Para o teste e ajustes dos
modelos foi realizada uma estratificação dos dados iniciais (n=107) em espécies de
crescimento rápido (n=41), médio (n=43), lento (n=23) e árvores menores do que 10
cm de diâmetro (n=22). Os ajustes contaram com 8 modelos lineares selecionados
na literatura para cada variável dependente, e 2 obtidos pelo processo Stepwise-
Forward. Os critérios para a seleção dos melhores modelos foram os coeficientes de
determinação ajustado (R2aj), os erros padrões de estimativa em percentagem
(Syx%) e análise gráfica dos resíduos. A biomassa seca foi maior nos galhos
(38,7%), seguido do fuste, raízes, folhagem e casca, com respectivamente 28,8;
20,1; 7,2 e 5,3%. O teor médio de carbono orgânico encontrado nas espécies
analisadas foi de 42,5% para a folhagem, 41,82% para os galhos, 40,82% para o
fuste, 40,09% para a casca, 39,98% para as raízes, e para o total utilizando uma
média ponderada foi de 41,18%. Os resultados de biomassa seca e dos teores de
carbono dentro dos compartimentos não foram afetados diretamente pelos ritmos de
crescimento, sendo que as maiores diferenças foram detectadas entre os
compartimentos. A produção de biomassa seca nos plantios das áreas de
restauração variou de 15,9 t.ha-1 na Fazenda Palmitalzinho (6 anos) a 221,5 t.ha-1 na
Fazenda Santa Águida (17 anos), e a produção em CO2 foi de 24,1 t.ha-1 a 333,7
t.ha-1 para as mesmas fazendas. Os melhores modelos para estimativa da biomassa
seca e carbono orgânico apresentaram coeficientes de determinação ajustado acima
de 0,95 e erros padrões percentuais abaixo de 32%. A partir dos resultados deste
estudo pôde-se concluir que houve variações no percentual de biomassa seca e nos
teores de carbono entre os compartimentos, e que, a estratificação dos dados se
mostrou eficiente, diminuindo os erros padrões de estimativa e aumentando os
coeficientes de determinação ajustado para a maioria das estimativas.
The objective of the study was to quantify and modeling forest biomass and carbon
stock by relating forest inventory variables to tree carbon weight in restoration
forestry stands. For the carbon stock estimation in the restoration areas, a forest
inventory was accomplished, through the establishment of 53 plots with size of 112
m2 and 125 m2, resulting in a sample size of 8.28%. The data came from 107 trees
planted during the period 1990-2001 located at Assis and Tarumã counties, São
Paulo State, Southern Brazil. For the study, all the sample trees were measured at
dbh and total height before harvesting. Each tree was felled and separated into five
compartments: trunk, branches, foliage, bark and roots, whose fresh weight were
obtained directly in the field though weighting in dynamometers. For each
compartment a sample was taken in order to determine dry weight and the carbon
content in the laboratory. The original data set was stratified for modeling
development and fitting (n=107) for fast-growing species, (n=41) for medium growth,
(n=23) for slow growing species, and (n=22) for trees below 10 cm dbh. The fitting
process was carried out by test of 8 linear models selected from literature for each
dependent variable, and 2 were obtained through the Stepwise-Forward method. The
goodness of fitting of the models was evaluated by the adjusted coefficient of
determination (R2aj), standard error of estimate in percentage (Syx%) and graphical
residual analysis. The dry biomass was bigger in the branches (38.7%), continued for
trunk, roots, foliage and bark, with 28.8; 20.1; 7.2; 5.3%, respectively. The mean
organic carbon contents in the plant tissues were: 42.5% for foliage, 41.82% for
branches, 40.82% for the trunk, 40.09% for the bark, 39.98% for the roots, with a
weighted average of 40.56%. The results of dry biomass and carbon content were
not affected by the growth rate of the species, but remarkable differences were
noticed among the biomass pools (compartments). The dry biomass stock in the
stands ranged from 15.9 t.ha-1 in the Palmitalzinho farm (6 years) to 221.5 t.ha-1 in
the Santa Águida farm (17 years), and in terms of carbon (CO2eq.) ranged from 24.1
t.ha-1 to 333.7 t.ha-1 for the same previously mentioned farms. The best models for
estimating dry biomass and organic carbon stock showed coefficient of determination
over 0.95 and standard errors below 32%. From the results it was concluded that dry
biomass and carbon content varied among compartments, and that data stratification
is necessary and efficient to diminish standard error of estimate and increasing the
adjusted coefficient of determination in most cases.