O objetivo geral deste trabalho foi desenvolver uma ferramenta de quantificação de
emissões de gases de efeito estufa (GEEs) para empreendimentos do setor de
construção civil, e propor modelos de compensação de emissões por meio de
plantios florestais. A metodologia aplicada foi a do GHG Protocol, customizada para
a construção civil. Visando analisar o comportamento da ferramenta, foram
aplicados dados reais de uma obra, disponibilizados por uma empresa. A ferramenta
mostrou-se flexível, podendo ser aplicada em qualquer empresa do setor de
construção civil, desde que a delimitação dos escopos esteja de acordo com sua
realidade. A aplicação na obra mostrou-se eficiente por abranger um grande número
de materiais de construção civil contabilizados. Identificou-se, também, que as
maiores emissões para a obra aplicada são oriundas dos materiais de construção
civil, destacando-se o cimento. Identificaram-se os processos chaves de emissão,
principalmente, o processo industrial de fabricação dos materiais de construção civil.
A obra resultou em uma emissão total de 119.058,45 tCO2e. Para a compensação
dessas emissões de GEEs por meio do sequestro florestal, foi desenvolvido um
modelo piloto propondo sete possibilidades de cenários de plantio, variando entre
espaçamentos e espécies. Foram utilizadas as espécies florestais Pinus,
Eucalyptus e espécies nativas de Mata Atlântica, com os espaçamentos 2,5 m x 2,5
m, 3 m x 2 m e 3 m x 3 m. Para analisar o comportamento do modelo desenvolvido,
foi aplicado nele a emissão encontrada na obra. O modelo de compensação
demonstrou que a espécie que demandou a maior área e o maior número de mudas
para um mesmo volume de sequestro de GEEs foi o Eucalyptus, seguido
das espécies nativas e Pinus. Dos modelos testados o mínimo de mudas
necessárias para compensar a emissão é de 278.070 para o Pinus em uma área de
263 ha e um máximo de 1.243.917 mudas de Eucalyptus para uma área de 817 ha.
O sequestro de carbono por meio de plantio é efetivo durante os primeiros anos de
crescimento das árvores. Uma vez que, durante esta fase, os GEEs continuam a ser
emitidos, torna-se imprescindível o plantio de novas árvores a cada ano e seu
respectivo monitoramento. A partir dos resultados conclui-se que para estabelecer
estratégias de combate à mudança do clima deve-se trabalhar em conjunto, partindo
do princípio de inventariar as emissões de GEEs, aplicar estratégias de redução nos
processos chaves e compensar as emissões por meio do plantio florestal.
This work aims at developing a quantifying tool of greenhouse gas emissions (GEE)
in the civil construction segment and proposing models to compensate these gases
by planting forest species. The methodology applied was the GHG Protocol, which
was customized to the civil construction field. The effectiveness of the tool was tested
by inserting data of an actual building construction. The tool proved to be flexible to
any company in the civil construction segment in cases where the delimitation of the
scopes is in agreement with the actual situation of the company. The high efficiency
of its application in the construction segment rested positive given the wide range of
building materials used. It was also observed that a large amount of gases emitted in
the construction originated from its building materials, namely, the cement. It was
identified that the key emission processes, mainly the industrial process of building
material manufacturing. The study case emitted a total of 119,058.45 tCO2e. To
compensate the amount of GEE emissions by the forest sequestration, a pilot model
was developed proposing seven different scenarios, varying according to the
following species and plant spacing: Pinus, Eucalyptus and native species from
Atlantic Rain Forest, with 2.5 m x 2.5 m, 3 m x 2 m, and 3 m x 3 m. To analyze the
behaviour of the model developed, the emissions detected in the study case
construction were applied in it. According to the final result, the compensation model
showed that the Eucalyptus was the specie that demanded the greatest area and
number of tree saplings for the GEE sequestration, followed by the native species
and the Pinus. Within the tested models, in order to compensate the emissions
beforementioned, it was necessary a minimum number of 278,070 saplings of Pinus
using an area of 263 ha, and 1,243,917 saplings of Eucalyptus using an area of 817
ha.The sequestration of carbon by the plantation of trees is more effective during
their early growing years. Once the GEE gases continue to be emitted, it is highly
important that young new trees are planted each year and monitored. From the
results, it was concluded that the efforts to combat the climate change shall be
simultaneously applied: recording the GEE emissions, applying strategies of
reduction in the key processes, and compensating the emissions of gases by forest
plantation.