O estudo objetivou avaliar a vegetação arbórea e arbustiva em relação à formação de agrupamentos, declividade do terreno e influência do solo nos agrupamentos em Floresta Estacional Decidual. A avaliação da vegetação foi realizada em 14 parcelas distribuídas sistematicamente na floresta e divididas em subparcelas de 10 x 10 m, onde foram observados os indivíduos com CAP (circunferência a 1,3 m do solo) ≥ 30 cm, os quais representaram a classe I, e indivíduos com 15 ≤ CAP < 30 cm, representando a classe II. Na análise da vegetação utilizou-se o método TWINSPAN (Two-way Indicator Species Analysis) para classificação de grupos, dentro dos quais foi estudada a estrutura horizontal da floresta. Em 36 subparcelas foi realizada a descrição morfológica do perfil do solo, coletada amostra para análise química e determinação de argila em três profundidades (0-10, 10-20 e 20-30 cm), além da declividade, que foi classificada em baixa (1 ≥ 15o), média (15 ≥ 35o) e alta (≥ 35o). A relação com os grupos e características do solo foi estudada por meio de Análise de Componente Principal (PCA). No G1 as espécies indicadoras foram Trichilia claussenii, Cupania vernalis e Crysophyllum marginatum e no grupo G2 Luehea divaricata e Sebastiania commersoniania. Na estrutura horizontal essas espécies estiveram entre as três melhores representadas. Ambos os agrupamentos ocorreram em áreas com variáveis declividades, entretanto, o G2 ocorreu em ambiente mais susceptível às interferências na vegetação. A partir do PCA observou-se que as características do solo e declividade explicaram 26% da variabilidade total, sendo que desses 72% foi explicado no componente principal 1, demonstrando forte correlação entre as características dos solos e a presença dos grupos fitossociológicos em diferentes declividades. Essa relação foi mais expressiva para a presença dos dois grupos nos intervalos de média e alta declividade, por outro lado, em declividade baixa os dois grupos não apresentaram correlação positiva com as características do solo. Para G1 em alta e G2 em média e alta declividade, a correlação é positiva em relação ao conjunto de características de troca catiônica. Entretanto, o G1 em declividade média teve forte correlação com o complexo de acidez trocável. O G2 em maior declividade também apresenta alta correlação com a argila, essa textura mais fina talvez confira um maior poder de agregação e reatividade, permitindo o desenvolvimento de espécies de grande porte como Luehea divaricata e Cordia americana. De forma geral, devido às restrições de solo e declividade, a manutenção do remanescente é prioritária visando importantes serviços ambientais à região.
The study aimed at evaluating tree and shrub vegetation concerning the slope of the soil in Seasonal Deciduous Forest. The vegetation assessment was conducted in 14 plots systematically distributed in the forest and divided into subplots of 10 x 10 m, in which individuals with circumference 1.3 m of soil (CAP) ≥ 30 cm were observed. These individuals represented class I while individuals with a CAP ≥ 15 < 30 cm represented class II. Vegetation was analyzed by means of the TWINSPAN (Two-way Indicator Species Analysis) method to classify groups, within which the horizontal structure of the forest was studied. In 36 subplots, morphological description of the soil profile was carried out, samples were collected for chemical analysis and clay was determined at three depths (0-10, 10-20 and 20-30 cm), as well as slope, which was classified as low slope (1 ≥ 15), medium slope (15 ≥ 35) and high slope (≥ 35). The relationship between clusters of vegetation, slope and soil characteristics was studied by means of Principal Component Analysis (PCA). In G1, indicator species were Trichilia claussenii, Cupania vernalis and Crysophyllum marginatum and, in G2, Luehea divaricata and Sebastiania commersoniana. In terms of horizontal structure, these species were among the three best represented ones. Both clusters occurred in areas of variable slope, however, G2 took place in an environment which was more susceptible to interference in the vegetation. From PCA, it could be observed that soil characteristics and slope explained 26% of the total variability, and, out of these, 72% was explained in the main component 1, showing a strong correlation between soil characteristics and the presence of phytosociological groups in different slopes. This relationship is stronger for the presence of the two groups in the ranges of medium and high slope, on the other hand, in terms of low slope, the two groups showed no positive correlation with soil characteristics. For G1 in high slope and G2 in medium and high slope, correlation is positive concerning the whole characteristics of cationic exchange. However, G1 in medium slope was strongly correlated to the complex of exchangeable acidity. G2 at higher slopes also shows high correlation with clay, the finer texture may confer a greater degree of aggregation and reactivity, allowing the development of large species such as Luehea divaricata and Cordia americana. In general, due to restrictions of soil and slope, maintaining of the remnants is prior, aiming at important environmental services for the region.