O objetivo desse estudo foi avaliar o uso da estufa solar para secagem das madeiras de Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus saligna e Corymbia citriodora, bem como comparar a metodologia com a secagem ao ar livre. Para tanto, foi desenvolvido um secador solar composto basicamente de estruturas de madeira, cobertura com dupla camada de plástico PVC, sistema coletor interno de luz solar e sistema de circulação do ar aquecido. A avaliação da eficiência do secador solar foi comparada à secagem ao ar livre nos seguintes aspectos: tempo e taxa de secagem, variação das condições ambientais e qualidade da madeira resultante da secagem. As três espécies de eucalipto utilizadas nesse experimento foram obtidas em povoamentos homogêneos, sendo o desdobro realizado por meio de cortes tangenciais. Cada espécie foi submetida, no mesmo período, aos dois métodos de secagem, utilizando-se uma carga com 60 tábuas em cada método. Os resultados obtidos indicaram que a estufa solar foi mais eficiente quanto ao tempo e à taxa de secagem. Os tempos de secagem em estufa solar foram em torno de 2 a 5 vezes menores que a secagem ao ar livre. Apesar dos ensaios terem sido realizados durante o inverno, com baixa insolação e radiação solar, a secagem em estufa solar apresentou taxas de secagem satisfatórias, semelhantes às observadas em secadores solares mais sofisticados espalhados pelo mundo. Mesmo quando as condições não eram propícias à secagem ao ar livre, a estufa solar apresentou maiores temperaturas e menores índices de umidade relativa do ar e de equilíbrio. A madeira seca, tanto na estufa solar quanto ao ar livre, apresentou boa qualidade, não sendo verificada a incidência de defeitos como encanoamento e colapso. Além disso, o adequado processo de empilhamento e secagem proporcionou minimização dos defeitos do tipo encurvamento. Apesar da maior ocorrência de peças arqueadas na secagem em estufa solar, a diferença entre as flechas de arqueamento, nos dois métodos de secagem, foi mínima. A incidência de rachaduras de topo resultantes da secagem em estufa solar foi inferior em relação ao ar livre apenas para a madeira de Eucalyptus tereticornis. Já a incidência de rachaduras superficiais resultantes da secagem em estufa solar foi inferior em comparação ao processo ao ar livre para as madeiras de Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
This study aimed at evaluating the use of solar kiln for the drying of woods of Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus saligna and Corymbia citriodora, as well as comparing the methodology to the air drying. In order to do so, it was built a solar kiln composed basically of wood structures, roofing with a double layer of PVC plastic, sunlight internal collector system and hot air circulation system. The efficiency of the solar kiln was compared to the air drying in the following aspects: time and drying tax, variation of the environmental conditions and wood quality resulting from the drying. The three eucalyptus species used in this experiment were obtained from homogeneous stands, and the cutting of logs into planks was tangential. In the same period of drying, each species was submitted to the two drying methods, being used a load with 60 boards in each method. Results indicated that the solar kiln had been more efficient as for time and drying tax. The time of drying in solar kiln was around 2 to 5 times faster than the air drying. Although the experiments were carried out in the winter, in low insolation and solar radiation, the drying in solar kiln presented satisfactory drying taxes, similar to those ones observed in more sophisticated solar kiln all over the world. Even when the conditions were not favorable to the air drying, the solar kiln presented higher temperatures and smaller indexes of moisture content and of equilibrium. The dried wood, in solar kiln and air drying, presented good quality, and no incidences like cup or collapse were verified. Furthermore, the correct piling up and drying process provided minimization of defects like bow. Despite the major occurrences of pieces with crook in solar kiln drying, the differences among the crook arrows, in the two drying methods, were insignificant. The incidence of end checking occurred from the drying in solar kiln was smaller in relation to the air drying only for woods of Eucalyptus tereticornis. On the other hand, the incidence of surface checks followed from the drying in solar kiln was inferior in comparison to the air drying process for the wood of Corymbia citriodora and Eucalyptus saligna.