O setor florestal hoje enfrenta um grande desafio, atender à demanda por produtos madeireiros nobres, abastecido especialmente por espécies nativas brasileiras, dentre elas o louro-pardo. Nesse sentido, estudos de propagação que contemplem espécies nativas são necessários para garantir a produção de mudas de qualidade para plantios comerciais, reduzindo a pressão sobre as matas remanescentes. O objetivo deste estudo foi desenvolver protocolos de estabelecimento in vitro e de propagação de louro-pardo. Para o estabelecimento in vitro, estudou-se o efeito do tempo de embebição e de diferentes protocolos de desinfestação das sementes. A embebiçao se fez em água destilada e autoclavada por 0, 24, 48, 72, 96 e 120 h. Para a desinfestação, testou-se a imersão em solução de hipoclorito de sódio a 2 e 5%, por 0, 5, 10, 15 e 20 min. após 30 min de imersão em hipoclorito de sódio a 5%, retirada do tegumento e imersão em álcool etílico 70% por 30 s. Sementes sem tegumento foram inoculadas em meio de cultura para germinação. Foram avaliadas as porcentagens de desinfestação e germinação e o tempo médio de germinação. O crescimento de explantes de louro-pardo foi quantificado nos meios de cultura 1/2MS e WPM, pelo número de folhas e raízes primárias emitidas e comprimento da parte aérea e das raízes primárias, aos 7, 14, 21 e 28 dias após a inoculação. Para a multiplicação, foram testadas a adição ao meio de cultura WPM de 6-benzilaminopurina (BAP), ácido naftaleno acético (ANA) ou ácido giberélico (GA3) nas concentrações de 0; 0,05; 0,10; 0,15 ou 0,20 mg L-1 e a combinação de 0 ou 0,05 mg L-1 de ANA com 0; 0,10 ou 0,20 mg L-1 de GA3. Foram avaliados o número de folhas e de entrenós e a altura das plântulas aos 30 dias de cultivo. Plântulas fornecedoras de segmentos nodais e ápices caulinares foram reidratadas com meio WPM líquido e mantidas in vitro como microcepas, para aumentar a taxa de multiplicação. Aos 21 dias após o primeiro e o segundo corte foi avaliado o número de brotações adventícias e de entrenós por microcepa. Miniestacas de 2,5 a 4; 4,01 a 5,5 e 5,51 a 7 cm foram submetidas à aplicação de 0 ou 1000 mg L-1 de ácido indol butírico (AIB) por 10 s na base. Foram avaliadas as porcentagens de sobrevivência, enraizamento e formação de calos aos 60 dias. A embebição das sementes de louro-pardo por até 24 h favorece a retirada do tegumento sem afetar a desinfestação e germinação. A imersão das sementes com tegumento em NaOCl 5% por 30 min, retirada do tegumento e a imersão das sementes sem tegumento em solução de álcool etílico 70% por 30 s foram suficientes para a produção in vitro de plântulas assépticas. Plântulas de louro-pardo apresentaram melhor crescimento em meio de cultura WPM, sem a adição de reguladores de crescimento. A adição isolada ou combinada de reguladores de crescimento não aumentou a taxa de multiplicação in vitro. A manutenção de microcepas aumentou a taxa de multiplicação in vitro em até 1,75 vezes. Miniestacas de louro-pardo de 2,5 a 5,5 cm de comprimento apresentaram altos índices de sobrevivência, porém não enraizaram.
The Forest Sector has an accomplishment to attend the demand for noble wood products, usually get from native Brazilian species as louro-pardo. Therefore, propagation studies of native species are necessary to produce high quality plants for commercial exploitation and to reduce deforestation pressure over remained populations of native species. The objective of this study was to develop protocols of establishment in vitro and propagation of louro-pardo. Time of seed imbibition and disinfection protocols were studied for in vitro seedling establishment. Seeds were imbibed in distilled and autoclaved water for 0, 24, 48, 72, 96 and 120 h. Seeds were immersed in a sodium hypochlorite solution of 5% for 30 min, submitted to tegument excision and immersed in a alcohol solution of 70% for 30 s. Disinfection was done in sodium hypochlorite solutions of 2 and 5% for 0, 5, 10 15 and 20 min. Seeds without tegument were then inoculated in medium culture for germination. Percentages of disinfection and germination and mean germination time were evaluated. Seedling growth was quantified in 1/2MS and WPM culture mediums. Number of emerged leaves and primary roots and length of shoots and primary roots were evaluated at 7, 14, 21 and 28 days after inoculation. The addition to the WPM culture medium of 0; 0.05; 0.10; 0.15 or 0.20 mg L-1 of 6-benzilaminopurin (BAP), naphthalene acetic acid (NAA) or gibberellic acid (GA3) and the combination of 0 or 0.05 mg L-1 of NAA with 0; 0.10 or 0.20 mg L-1 of GA3 were tested for propagation. At 30 days after inoculation, number of internodes and leaves and plantlet height were evaluated. Plantlets of seminal origin were also excised below or above the first true leaf and the microstumps maintained in vitro with liquid WPM added to the original medium to increase multiplication rate. Number of sprouts and internodes per microstump were evaluated at 21 days after first and second excision. Minicuttings from 2.5 to 4, 4.01 to 5.5 and 5.51 to 7 cm were treated with 0 or 1000 mg L-1 of indol butyric acid (IBA) by basal immersion for 10 s. Survival and rutting percentage and callus formation were evaluated at 60 days after treatment. Imbibition of louro-pardo seeds until 24 hours made easy tegument excision without affecting disinfection and germination. Immersion of seeds with tegument in a sodium hypochlorite solution of 5% for 30 min, tegument excision and immersion in a alcohol solution of 70% for 30 s are enough for an acceptable production of in vitro aseptic seedlings. Louro-pardo seedlings grow satisfactorily in a WPM culture medium without growth regulators. The addition of growth regulators either isolated or combined to the WPM medium did not increase in vitro propagation. Maintaining microstump increased the in vitro multiplication rate in 1.75 fold. Minicuttings of louro-pardo from 2.5 to 5.5 cm showed high survival percentages, but they did not root. Protocols of plantlet acclimatization and clonal propagation by minicuttings should be developed to produce high genetic and physiological quality of louro-pardo plants.