O presente estudo teve como objetivo ajustar e comparar quanto às estatísticas
de ajuste as melhores equações de volume de simples e dupla entrada, para
quantificar volumes comerciais de espécies nativas de floresta de terra firme da
região do Vale do Jari, no estado do Pará (Amazônia Oriental). É usual na região
amazônica, a altura comercial da árvore, quando coletada, ser obtida via
estimativa visual e para a comparação o ajuste da equação de dupla entrada foi
considerado o erro obtido pela estimativa visual da altura comercial dos dados
coletados. Os dados utilizados para ajuste provêm de dados de 14.490 árvores,
de 25 espécies, que estavam distribuídas numa área total de 3.786 ha inseridas
no Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) da empresa Orsa Florestal
S/A. Foram coletados dados de circunferência à altura do peito (CAP), altura
comercial estimada (he – obtida antes da derruba), altura comercial real (hc), e
dados de cubagem (comprimento e circunferência no centro das toras) para
reconstrução do volume da árvore pelo método de Huber. Para o ajuste os dados
de circunferência à altura do peito (CAP) foram convertidos para diâmetro à
altura do peito (DAP). As variáveis independentes formadas pelo diâmetro à
altura do peito (DAP) e variáveis independentes formadas pelo DAP e altura
comercial (hc) apresentaram melhores valores de correlação com a variável
volume. Foram testados 12 modelos volumétricos, sendo 4 modelos de simples
entrada (3 aritméticos e 1 logarítmico), 8 modelos de dupla entrada (4 aritméticos
e 4 logarítmicos) e ainda 2 ajustes pelo método de ajuste Stepwise Forward (1
aritmético e 1 logarítmico). Os 14 modelos foram testados para 7 agrupamentos
de dados: o primeiro formado pelos dados de todas as 25 espécies encontradas
(coletadas), e as demais formadas separadamente por espécie para as espécies:
Angelim-pedra (Hymenolobium petraeum Ducke), Angelim-vermelho (Dinizia
excelsa Ducke), Cumaru (Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.), Jatobá (Hymenaea
courbaril L.), Louro faia (Roupala montana Aubl. (Aubl.) Decne & Planch) e
Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Cheval). As melhores equações para
simples e dupla entrada foram obtidas pelos modelos de variáveis aritméticas. As
melhores equações de simples entrada de modo geral apresentaram resultados
com melhores estatísticas de ajuste quando comparadas as melhores equações
de dupla entrada (já considerando o erro pelo uso da estimativa visual dos dados
coletados). Contudo os valores das estatísticas de ajuste entre as equações de
simples e dupla entrada foram bastante próximos e ficou evidenciado
possibilidade de melhoria das estatísticas de ajuste para os modelos de dupla
entrada desde que haja redução do erro de estimativa visual da altura comercial
(he), podendo as estatísticas de ajuste dos modelos de dupla entrada chegar a
ser melhores que as de simples entrada.
The present study aimed to fit and to compare statistics as the best fit equations
volume of single and double entry, to quantify commercial volumes for native species
from “Terra Firme” forest in Jari Valley, in Pará state (Eastern Amazon, Brazil). It is
usual in the Amazon region, the commercial height of the tree, when collected, be
obtained via visual estimate and to compare the fit of the equation it had considered
the double entry error obtained by visual estimation of the commercial height of the
collected data. The data come from 14,490 trees from 25 species, which were
distributed over 3,786 ha inserted in Sustainable Forest Management Plan (PMFS)
owed at Orsa Forestal company. They were collected the follows data: circumference
at breast height (CBH), estimated commercial height (he - obtained before the
cutting), real commercial height (hc), and scaling data (length and circumference in
the center of the logs) to reconstruction of the stem volume by Huber method. To
fitting the circumference at breast height (CBH) were converted to diameter at breast
height (DBH). The variables formed by diameter at breast height (DBH) and mixed
variables formed by DBH and commercial height (hc) showed best correlation with
volume. They were tested 12 volumetric models, 4 single-entry models (3 arithmetic
and 1 logarithmic , 8 double-entry models (4 arithmetic and 4 logarithmic) and plus
using the Stepwise Forward fiting method (1 arithmetic and 1 logarithmic). The
models were tested for 7 clusters: one formed by the data of all 25 species), and the
other formed for species of: Angelim-pedra (Hymenolobium petraeum Ducke),
Angelim-vermelho (Dinizia excelsa Ducke) Cumaru (Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.),
Jatoba (Hymenaea Courbaril L.), Louro Faia (Roupala montana Aubl. (Aubl.) Decne
& Planch) and Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Cheval). The best equations
were obtained by arithmetic variables (to single-entry and double-entry models). The
best fit statistics of single-entry equations and double-entry equations were obtained
by arithmetic models and single-entry equations (already considering the error by
using the estimated commercial hight). However the value of fit statistics between the
single-entry equations and double- entry equations were very close and is possible to
improve the double-entry fit statistics with reduction of the error of the estimated
commercial height (hc), even the double-entry fit statistics should be better than
single-entry fit statistics.