As unidades de conservação são vistas como uma das principais e mais relevantes
formas de conservar a natureza, para tanto, estas precisam ser manejadas e geridas
adequadamente para que consigam atingir seus objetivos de criação, e conseqüentemente,
sejam cumpridos os objetivos nacionais e mundiais de conservação. Para que se consiga
melhorar e atingir mais rapidamente esses objetivos, as avaliações junto a estas áreas são
ferramentas bastante utilizadas, por sua vez, só conseguem contribuir efetivamente, quando os
resultados, são utilizados para se melhorar as atividades junto às unidades. As avaliações
podem ser tanto num sentido mais amplo, como aquelas mais direcionadas, como por
exemplo, as que avaliam a percepção dos gestores das áreas, tentando entender a situação real
encontrada nas unidades, vivida e experimentada pelas pessoas que estão à frente dessas
áreas. Foi desta forma que em 1993 MILANO et al. realizaram uma pesquisa, onde foram
avaliados os principais problemas que inviabilizavam o adequado manejo, bem como as
hipóteses alternativas para estes problemas, possibilidades de co-gestão e repasse de
atividades, ao final foram propostas alternativas que, se aplicadas, certamente auxiliariam na
efetiva viabilização das unidades. A pesquisa de 2002 utilizou como base a pesquisa de
MILANO, et al (1993), os dados foram obtidos durante o VIII Encontro Anual dos Chefes de
Unidades de Conservação federais, realizado em outubro de 2002, onde foram utilizados
questionários similares aos de 1993. Avaliando os resultados de 2002, percebe-se que pouco
se mudou quanto à percepção dos chefes das unidades em relação a manejo e gerenciamento
das unidades de conservação nesta última década. Os principais problemas continuam
relacionados à falta de recursos financeiros, humanos e da capacitação. Por sua vez, a falta de
recursos financeiros atualmente encontra-se bastante associada à burocracia do sistema, que
muitas vezes tem sido apontado como a responsável pela má gestão dos recursos público, ou
mesmo, a principal responsável pela não realização das ações junto às unidades. Quanto às
hipóteses alternativas a capacitação do pessoal aparece seguida pela maior rapidez na
liberação dos recursos financeiros e pela agilização da máquina burocrática institucional.
Embora diante de tantas dificuldades, a criação de uma nova instituição com diretrizes
específicas para atender somente unidades de conservação aparecem em último lugar,
demonstrando, que mesmo com várias dificuldades, na percepção dos chefes das unidades de
conservação, ainda há uma crença na instituição IBAMA.
Protected areas are viewed as one of the main and most relevant forms of preserving
nature and for such they need to be appropriately handled and managed in order to achieve
their creation objectives, and consequently satisfy both national and world conservation
objectives. In order to improve and achieve these objectives faster, evaluations of these areas
are often used tools. However, they can only contribute effectively when the results are used
to improve activities at the units. These evaluations can be broader-based or they can be more
focused, such as those that evaluate the perception of area managers in an attempt to
understand the real situation encountered at the units, and lived and experienced by those who
head up these areas. This is how MILANO et al. (1993) carried out a study where they
evaluated the main problems that made appropriate management infeasible, as well as the
alternative hypotheses for these problems, co-management possibilities and transfer of
activities. In the end, alternative proposals were made that if applied will certainly help in the
effective viability of the units. The 2002 study used the MILANO, et al (1993) study as a
basis. The data were obtained during the VIII Annual Meeting of Heads of Federal Protected
Areas held in October 2002 and questionnaires similar to those from 1993 were used. Upon
analyzing the 2002 results, it can be observed that little has changed with regard to the
perception of unit heads in relation to the handling and management of protected areas over
the past decade. The main problems are still the lack of financial, human and training
resources. The lack of financial resources, in turn, is very associated with system bureaucracy,
which has often been indicated as being responsible for the poor management of public
resources, or at least, the main reason for not carrying out actions with the units. With regard
to alternative hypotheses, the training of personnel appears in second followed by faster
liberation of financial resources and the speeding up of institutional bureaucracy. Although
facing so many difficulties, the creation of a new institution with specific guidelines to only
attend to protected areas appears in last place, demonstrating that even with all the difficulties,
in the opinion of the heads of protected areas, there is still a firm belief in the IBAMA
institution.